Em um vídeo gravado ao lado da primeira-dama Michelle e da embaixadora da Venezuela no Brasil, María Teresa Belandria, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a esquerda, afirmou que suas declarações sobre meninas venezuelanas foram tiradas de contexto e pediu desculpas caso suas "palavras" tenham sido "mal entendidas" e provocado "algum constrangimento".
"As palavras que eu disse refletiam uma preocupação da minha parte no sentido de evitar qualquer tipo de exploração de mulheres que estavam vulneráveis. A dúvida e a preocupação que foram levantadas foram quase que imediatamente esclarecidas à época pela nossa (então) ministra da Mulher, Damares Alves, que foi ao local e constatou que as mulheres citadas na live eram trabalhadoras", disse Bolsonaro.
Na última sexta-feira, 14, em entrevista a um podcast, Bolsonaro contou que durante um passeio de moto por Brasília, ao ver "meninas bonitas" de 14 e 15 anos, "pintou um clima". O presidente, então, pediu para visitar a casa onde elas viviam. Segundo o chefe do Executivo, elas estavam se arrumando para "ganhar a vida". As declarações viralizaram nas redes sociais e foram usadas pela oposição para associar Bolsonaro à pedofilia.
"Prezadas irmãs e irmãos venezuelanos, estamos indignados com as últimas ações de alguns militantes de esquerda que, sem nenhum pudor, estão pressionando mulheres venezuelanas a fim de obter vantagem política neste momento", afirmou Bolsonaro, no vídeo divulgado hoje. "Mesmo depois da decisão do TSE tomada em função da mentira que vinha sendo veiculada sobre minha pessoa, esses inomináveis, agora, dirigem seus ataques contra essas mulheres", emendou.
No último domingo, 16, horas antes do debate na TV organizado pela <i>Band</i> e outros veículos de comunicação, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, proibiu a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de explorar as declarações de Bolsonaro sobre as venezuelanas.
"Se as minhas palavras que, por má-fé, foram tiradas de contexto, de alguma forma, foram mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas, já que meu compromisso sempre foi o de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo", declarou o presidente agora.