Internacional

Em visita à África, papa lamenta violência perpetrada em nome de Deus

O papa Francisco tratou nesta quinta-feira do problema do extremismo islâmico na África, lamentando a violência perpetrada em nome de Deus e advertindo para o risco de que jovens se tornem radicais em nome da religião. O pontífice não fez nenhuma referência explícita aos ataques do dia 13 em Paris cometidos pelos terroristas do Estado Islâmico, mas disse que o nome de Deus “nunca pode ser usado para justificar o ódio e a violência”.

O papa fez as declarações no início do primeiro dia completo de sua visita à África, durante uma reunião com líderes religiosos na embaixada do Vaticano em Nairóbi. “Quão importante é que sejamos vistos como profetas da paz, pacificadores que convidam os outros a viver em paz, harmonia e respeito mútuo.”

O Vaticano informou que os ataques em Paris reforçaram no papa o senso de urgência sobre a necessidade do diálogo inter-religioso. A máxima autoridade da Igreja Católica qualificou como “ataques bárbaros” os atentados ocorridos em Nairóbi em 2013 e 2015, que deixaram mais de 220 mortos. Francisco lamentou que jovens “estejam sendo radicalizados em nome da religião”.

O papa deve voltar ao tema da violência inspirada pela religião no domingo, quando visita a República Centro-Africana, país assolado por anos de lutas entre cristãos e muçulmanos. Na capital do país, Bangui, o pontífice planeja se encontrar com líderes cristãos e muçulmanos envolvidos nos esforços de reconciliação e visitar um campo de refugiados onde há cristãos e também uma mesquita no bairro muçulmano da cidade.

Na sexta-feira, o pontífice deve seguir para Uganda, como parte de seu giro de seis dias pelo continente. É a primeira visita do papa à África.

Mais tarde nesta quinta-feira, Francisco deve falar a funcionários da Organização das Nações Unidas em Nairóbi, onde deve enfatizar questões ambientais, um tema importante de seu papado. Na manhã desta quinta-feira, o pontífice também celebrou uma missa no campus da Universidade de Nairóbi, onde criticou a “cultura de egoísmo e indiferença” que torna os homens arrogantes, machuca mulheres e negligencia os mais velhos, além de ameaçar a vida de inocentes que não nasceram. Fonte: Dow Jones Newswires.

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