O embaixador da Guiné Equatorial no Brasil, Benigno Pedro Matute Tang, afirmou na tarde desta quinta-feira que cerca de 30 empresas do seu país contribuíram para o desfile da Beija-Flor com “entre R$ 4 milhões e R$ 5 milhões”. “Dos cofres públicos não saiu R$ 1.” Ele disse ainda que não houve patrocínio à escola por empresas brasileiras que têm negócios na Guiné Equatorial.
A informação do embaixador difere do que os carnavalescos da escola de samba, Fran-Sérgio Oliveira e Laíla, haviam informado. Laíla, na semana passada, e Oliveira, nesta quarta, citaram Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, OAS, ARG e F & Costa como empresas brasileiras que teriam contribuído para o desfile.
Segundo o diplomata, apesar de toda a polêmica envolvendo o desfile, o desfecho foi positivo porque as pessoas que nem sabiam da existência da Guiné Equatorial agora falam do país. Tang rechaçou a informação de que existe uma ditadura em seu país.
O embaixador afirmou que o presidente Teodoro Obiang é eleito e reeleito há 35 anos democraticamente. “Ele vence porque o povo o apoia. Não há ditadura. O voto é secreto e não há manipulação e as eleições são acompanhadas por observadores internacionais. Quem se opõe ao governo não é ameaçado”, disse Tang, para quem toda a controvérsia se deve ao fato de o mundo ter preconceito com a África. “Estamos acostumados a que falem mal de nós. Mas somos conscientes de que estamos fazendo bem ao nosso país. As pessoas acham que temos que viver como pobres, vestir farrapos como nos navios negreiros”, disse.
Ele ressaltou que as condições de vida da população estão melhorando graças a um programa que começou em 2000 e que traçou como meta o fornecimento de água potável, luz, ruas asfaltadas, saúde, educação e casa própria para todos os cerca de 1,6 milhão de habitantes. Tang reiterou que o presidente não esteve no Rio porque cumpria agenda na República de Camarões.