A Embraer abrirá inscrições para um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV) nesta quinta-feira, 6. Segundo a empresa, a medida atende a solicitação de alguns sindicatos, que afirmaram ainda haver empregados interessados em aderir ao plano.
Em comunicado enviado à imprensa, a Embraer diz que a nova etapa do programa estará aberta apenas a alguns setores específicos da empresa, de modo a evitar o desequilíbrio nas operações. O período de inscrições para o novo PDV termina em 11 de outubro – as solicitações serão analisadas nos dias 13 e 14, com os empregados que tiverem a adesão confirmada sendo desligados a partir do dia 17.
“O novo PDV vai também contribuir para a continuidade do ajuste necessário das operações da empresa em função da retração da demanda do mercado aeroespacial global”, diz a Embraer. A empresa ainda informa que o plano de incentivo é o mesmo já informado anteriormente.
Segundo a companhia, os sindicatos paulistas dos Engenheiros (Seesp), das Secretárias e Secretários (Sinsesp) e dos Técnicos de Nível Médio (Sintec) já aprovaram o novo PDV. A Embraer afirma que os três sindicatos representam aproximadamente 50% dos empregados.
“O PDV é parte de uma série de medidas de redução de custos que vem sendo adotada pela empresa visando superar o cenário desafiador enfrentado hoje pela indústria aeroespacial e garantir a perenidade da empresa”, diz o comunicado. “A Embraer acredita que o PDV dá oportunidade de decisão para os empregados e, desta forma, traz o menor impacto possível, por trazer um pacote de incentivos para aqueles que julgarem o momento propício para novos desafios profissionais ou pessoais.”
Demissões
No primeiro PDV aberto pela Embraer, 1.463 empregados tiveram suas inscrições aceitas, de um total de 1.470 cadastrados. Um dos objetivos do primeiro programa seria a economia de cerca de US$ 200 milhões com o conjunto de medidas para a revisão de custos, incluindo o PDV.
O valor estimado como meta de economia é o mesmo montante provisionado pela companhia no segundo trimestre de 2016, relacionado à investigação nos Estados Unidos sobre alegação de “não conformidade” com o U.S. Foreign Corrupt Practices Act (FCPA).
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região se declarou contrário ao primeiro PDV, considerando que as demissões “são desnecessárias e fruto da política da desnacionalização da Embraer e do envolvimento da empresa num caso de corrupção”.