A Embraer abrirá, a partir desta quinta-feira, 6, inscrições para um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV). A nova etapa desse programa será voltada para alguns setores específicos da companhia, como engenheiros, técnicos de nível médio e secretários.
De acordo com comunicado da companhia, a medida atende a solicitação de alguns sindicatos, que informaram ainda haver empregados interessados em aderir ao plano. O período de inscrições termina em 11 de outubro – as solicitações serão analisadas nos dias 13 e 14. O desligamento dos funcionários ocorrerá a partir do dia 17.
“O novo PDV vai também contribuir para a continuidade do ajuste necessário das operações da empresa em função da retração da demanda do mercado aeroespacial global”, informou a Embraer, em comunicado. O plano de incentivo será o mesmo do concluído em setembro.
Demissões
No primeiro PDV, 1.463 empregados tiveram suas inscrições aceitas, de um total de 1.470 cadastrados. O funcionário terá direito à indenização de 40% do salário nominal proporcional ao tempo de empresa, seis meses adicionais de plano de saúde e odontológico, além de apoio em programas de palestras e workshops de qualificação profissional.
Um dos objetivos do plano é gerar uma economia de cerca de US$ 200 milhões. O valor estimado como meta de economia é o mesmo montante provisionado pela Embraer no segundo trimestre, relacionado à investigação nos Estados Unidos sobre alegação de “não conformidade” com o a lei americana anticorrupção (FCPA, na sigla em inglês).
No segundo trimestre, a Embraer registrou prejuízo líquido de R$ 337,3 milhões, revertendo resultado positivo, de R$ 399,6 milhões, obtido no mesmo período de 2015. A companhia havia cortado estimativas para entregas de aviões executivos neste ano para 70 a 80 aviões aeronaves leves (contra 75 a 85 anteriormente) e 35 a 45 (contra 40 a 50 na última projeção) para aviões grandes.
Com isso, a projeção para receita líquida em 2016 da divisão responsável pela área foi reduzida para o intervalo de US$ 1,6 bilhão a US$ 1,75 bilhão, ante previsão anterior de US$ 1,75 bilhão a US$ 1,9 bilhão.
Segundo a companhia, os sindicatos paulistas dos engenheiros (Seesp), das secretárias e secretários (Sinsesp) e dos técnicos de nível médio (Sintec) já aprovaram o novo PDV. A Embraer afirma que os três sindicatos representam 50% dos empregados. O plano, porém, não tem apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que já tinha sido contrário ao primeiro programa, considerando que as demissões “são desnecessárias e fruto da política da desnacionalização da Embraer e do envolvimento da empresa num caso de corrupção”.