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Emidio Luisi revisita sua terra natal, a Itália

Cada italiano guarda em si uma imagem muito particular da Itália, que tanto pode ser a felliniana cena de Anita Ekberg entrando na Fontana di Trevi, em Roma, como uma intimista sequência no campo – e nesse caso, os irmãos Taviani serão inevitavelmente lembrados. Há, porém, um italiano que conhece bem os dois lados, tanto o urbano como o rural. Estabelecido desde 1955 no Brasil, Emidio Luisi, 69, conhecido por ter registrado toda a trajetória do CPC (Centro de Pesquisa Teatral) criado pelo Sesc e dirigido por Antunes Filho, resolveu revisitar seu país de origem nos últimos 30 anos. O resultado é um pequeno livro em preto e branco, repleto de reminiscências, Itália Mia, que evoca tanto o universo felliniano como o campesino dos Taviani.

O livro é uma iniciativa pessoal de Luisi, fotógrafo que só encontra equivalência no patrício Nino Migliori, ainda vivo e ativo, aos 91 anos. Com um crowdfundig entre amigos, Luisi produziu um livro magnífico que é um exemplo da ressonância da straight photography, oposta à corrente pictorialista.

O fotógrafo, natural de Sacco, no sul da Itália, visitou nos últimos 30 anos diversas cidades italianas (Roma, Florença, Pisa, Lucca), mas foi num vilarejo fantasma, Roscigno Vecchia, na província de Salerno, que registrou a imagem de maior impacto, a da única moradora da cidade abandonada, Dorina, uma ex-freira que já morreu. A imagem de Dorina revela muito sobre a formação humanista de Luisi que, assim como Migliori, opera num registro de transfiguração de seus modelos reais. O livro de Luisi tem 204 páginas e custa R$ 70. Compras pelo site www.fotogramaimagens.com .

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