Estadão

Emily Lima assume a direção das seleções femininas do Peru: Mudar mentalidade

Primeira mulher a assumir um cargo de direção na seleção brasileira feminina, a experiente técnica Emily Lima, com passagens por São Paulo e Santos além da equipe nacional brasileira, assumiu nesta sexta-feira um novo desafio na carreira. Ela será diretora de seleções no Peru para tentar fazer o futebol feminino do país se desenvolver.

Ela assume a função para trabalhar com um comando técnico 100% feminino composto por quatro profissionais com larga experiência na área. "O futebol feminino é a minha vida e de toda a comissão técnica que está caminhando comigo. Chegamos com vontade de trabalhar. Temos que conseguir mudar a mentalidade das jogadoras, mas também das pessoas que vão trabalhar de perto conosco", disse na apresentação oficial. "Trabalhando juntos, vamos conseguir nossos objetivos e, aos poucos, mudar o futebol feminino do Peru."

A brasileira será responsável por estabelecer um elo entre a seleção principal e as categorias de base do Peru. Os times sub-17 e sub-20 são treinados por Conrad Flores. A missão é complicada. No Sul-Americana, a seleção peruana perdeu seus quatro jogos, sofrendo sete gols e anotando somente um.

"O futebol feminino em geral está crescendo muito rápido e não podemos ficar para trás. Este ano temos a Copa do Mundo Feminina e com certeza todos os recordes mundiais de 2019 serão quebrados, graças a todo o apoio de hoje", disse, prometendo evolução em seu trabalho. "Em relação ao futebol feminino, os dirigentes não veem mais como uma obrigação, mas como um investimento."

Emily chega ao Peru sob bastante expectativa. "Temos o prazer de trazer uma profissional de muito prestígio no futebol feminino mundial, já treinou Brasil e Equador. Temos certeza que fará um trabalho com as jogadoras que vai deixar uma marca. A federação está fazendo uma aposta muito importante neste caso", disse o presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), Agustín Lozano.

A seleção peruana fez questão de listar o importante currículo de Emily, que há 12 anos se tornou treinadora de futebol. Seus primeiros passos foram na Portuguesa, onde exerceu a função de auxiliar técnica. Depois, comandou Juventus, São Caetano, São José, São Paulo e Santos, conquistando um total de sete títulos e o vice da Libertadores com o time da Baixada.

Na seleção brasileira, Emily liderou as categorias sub-15 e sub-17 até, em 2016, ser nomeada diretora técnica absoluta, tornando-se a primeira mulher a treinar uma equipe nacional e ocupar o cargo. Ela conquistou o Torneio de Seleções Internacionais. Em 2019, foi contratada pelo Equador, onde fez papel semelhante ao que desempenhará com o Peru.

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