A emissora estatal alemã Deutsche Welle afirmou neste domingo, 14, que a autoridade de transmissões da Venezuela bloqueou seu canal em língua espanhola de todas as operadoras de TV a cabo no país. Contudo, ela se comprometeu a seguir transmitindo seus programas na internet para a audiência do país sul-americano em crise.
Alemanha, Estados Unidos e a maioria dos países ocidentais consideram a eleição do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em 2018 ilegítima e reconheceram como presidente interino o líder da oposição, Juan Guaidó. Maduro considera este uma “marionete” dos EUA.
O gerente-geral da Deutsche Welle, Peter Limbourg, pediu que a agência reguladora Conatel “retome urgentemente a distribuição do sinal da DW”. Ele afirmou que a emissora continuará transmitindo os programas, principalmente os que debatem a situação na Venezuela, nas redes sociais e no canal do Youtube da Deutsche Welle. “Com certeza, continuaremos fazendo todo o possível para informar nossa audiência e usuários na Venezuela”, disse.
“Por instruções da Conatel, operadoras de televisão a cabo retiraram do ar o sinal da Deutsche Welle em Espanhol, um meio de comunicação internacional que tem dedicado múltiplos espaços a informações que mostram a crise, que é de todas as naturezas, na Venezuela”, alertou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP) no Twitter. O Ministério da Informação venezuelano, que controla a Conatel, ainda não comentou o assunto.
Imprensa na Venezuela
Jornalistas venezuelanos e estrangeiros denunciaram assédio ou detenções no país. Há um mês e meio, Jorge Ramos, do canal Univisión, foi retido por algumas horas em Caracas ao lado de outros cinco jornalistas depois que Maduro interrompeu uma entrevista.
O SNTP afirmou na ocasião que foram registradas “ao menos 30 detenções de jornalistas e trabalhadores da imprensa” nos dois primeiros meses de 2019.
No dia 22 de fevereiro, os canais NatGeo e Antena 3 foram retirados do ar na Venezuela no momento em que exibiam o show organizado na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira, para apoiar a entrada, frustrada, de ajuda humanitária promovido por Guaidó. Em 2017, o canal CNN en Español e as emissoras colombianas Caracol TV e RCN foram retiradas da grade de programação das operadoras de TV a cabo por ordem do governo de Maduro. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS