Os empregados da Eletronuclear decidiram dar trégua de uma semana para que a diretoria da empresa discuta o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria, depois de rejeitar a oferta de reajuste salarial de 80% do IPCA e convocar uma greve de 24 horas para esta terça-feira.
De acordo com o coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Emanuel Mendes, o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, se comprometeu a negociar pessoalmente com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) um acordo para a categoria.
"Cancelamos a greve, levando em consideração a solicitação do presidente da Eletronuclear, que pediu uma semana de trégua para negociar com a Sest", informou Mendes ao Broadcast Energia, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Separada da Eletrobras com a privatização realizada em junho, a Eletronuclear, assim como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu e alguns programas governamentais, passaram a ser controladas pela ENBPar, estatal que ainda não está estruturada para cumprir a sua função, segundo Mendes.
Enquanto a ENBPar não assume suas funções, a negociação salarial dos empregados da Eletronuclear ficou a cargo da Sest, que ofereceu reajuste de 80% do IPCA, enquanto os empregados da Eletrobras, já privatizada, vão receber 100% do IPCA.
A Eletronuclear é responsável pela construção da usina nuclear Angra 3, cujas obras devem ser retomadas em setembro. A previsão é de que o empreendimento de 1,4 gigawatts (GW), iniciado na década de 1980, entre em operação em fevereiro de 2028.