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Empreiteiros ficam em silêncio e são dispensados de depoimento na CPI

Dois empreiteiros que seriam ouvidos nesta tarde na CPI da Petrobras foram dispensados após anunciarem que exerceriam o direito constitucional de ficarem calados em todos os questionamentos. Seriam ouvidos os ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, e o ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro.

“Conforme orientação de meus advogados, vou ficar em silêncio”, avisou Auler. “Comunico respeitosamente que ficarei em silêncio seguindo a orientação dos meus advogados”, repetiu Léo Pinheiro. Os executivos seriam ouvidos na condição de investigados.

A CPI ainda ofereceu a opção de fechar a reunião para ouvi-los, mas ambos mantiveram a decisão de não falar aos deputados. O procedimento é o mesmo adotado pelo ex-vice-presidente da Engevix, Gerson Almada, em depoimento na semana passada. “Os que fizeram delação têm obrigação de falar, os que não fizeram não”, explicou o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB) aos parlamentares revoltados com a dispensa dos depoentes. Motta argumentou que seria improdutivo mantê-los na sessão sem que respondessem às indagações dos membros da comissão.

Arrependimento

Durou quatro horas o depoimento do ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite à CPI, o único que prestou esclarecimentos hoje aos deputados. O executivo revelou que ouviu Ricardo Pessoa (da UTC) e Márcio Faria (da Odebrecht) reclamando dos recursos repassados ao esquema de corrupção. “Esse volume de coisas que temos de pagar é absurda”, teria dito Pessoa a ele.

Ao final, Leite voltou a falar em arrependimento e disse acreditar na Justiça brasileira porque está “sofrendo com ela”. “Meu principal lamento foi não ter feito outra escolha”, disse.

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