Economia

Empresários apostam que plano de exportações será lançado em maio

Empresários que participaram nessa semana da 14ª Reunião do Conselho Consultivo do Setor Privado (Conex) da Câmara de Comércio Exterior, no Palácio do Planalto avaliam que o governo deverá anunciar Plano Nacional de Exportações (PNE) na primeira quinzena de maio. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Armando Monteiro, saiu da reunião afirmando que ainda não há, pelo menos por enquanto, uma data para o lançamento do plano, prometido pelo governo inicialmente para fevereiro.

“Se nós somos a sétima economia do mundo, temos de ter um comércio exterior compatível, subindo da posição de 25% lugar, para pelo menos para a décima posição”, defendeu a presidente Dilma Rousseff, na reunião com pelo menos 20 empresários e conselheiros presentes Conex, conforme relato ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Os empresários comemoraram o fato de a presidente Dilma ter se disposto a participar da reunião, em momento em que o setor enfrenta sérios problemas.

Desde 2011, o conselho não se reunia e quando isso ocorria, os encontros sempre eram feitos em São Paulo, e nunca com a presença de um presidente da República. “A presença dela demonstra que ela está bem consciente da importância do comércio exterior e do potencial que este segmento tem, desde que sejam eliminados os gargalos e as mazelas e que se resolva a questão do crédito para o setor”, declarou ao Broadcast o diretor-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, depois de lembrar que este é o quarto ano de queda de participação do Brasil no mercado mundial exportador. “Precisamos destrancar investimentos e desburocratizar o setor”, emendou.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto Castro, citou que Dilma ouviu com atenção as queixas dos empresários do setor. “Se não fizermos o dever de casa vamos ter de rezar muito e em mandariam”, disse Castro, ao insistir que o Brasil tenha as exportações como prioridade. “Precisamos fazer o dever de casa porque se o Brasil tem um PIB grande, precisa ter um volume de comércio exterior compatível com o tamanho do País”.

Uma das queixas foi em relação ao fato de o governo não estar pagando nada em créditos fiscais de compensação das vendas ao exterior, já que o exportador tem direito a devolução de tributos pagos durante o processo de produção a produtos que serão negociados fora do País. A queixa foi apresentada pelo presidente da Kaduna Consultoria, Roberto Giannetti da Fonseca. A presidente Dilma ouviu e anotou, mas não prometeu nada.

Dilma voltou a se queixar da queda da arrecadação, que vem ocorrendo desde agosto do ano passado. “Isso afetou completamente a economia”, ressaltou, de acordo com um dos presentes. A presidente defendeu ainda a “necessidade imperiosa” de fazer uma reforma tributária no País, mas reconheceu que isso depende da disposição do Congresso.

Na reunião, a presidente Dilma demonstrou que “tem consciência de que, com a queda das commodities, precisamos depender das nossas próprias ações para revertermos este quadro”, conforme relatou Castro.

O Conex é o núcleo de assessoramento privado da Camex, competindo-lhe apresentar estudos e propostas de aperfeiçoamento da política de comércio exterior. É composto por até 20 representantes do setor privado, sob a presidência do Presidente do Conselho de Ministros da Camex.

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