Empresas japonesas têm repassado cada vez mais o aumento nos custos de mão de obra para os preços, em um ambiente de competitividade intensa e dificuldades de contratar trabalhadores ao restringir os salários, segundo versão especial do relatório Sakura, divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).
"Está claro que muitas empresas, independentemente da indústria ou tamanho, acreditam que uma situação onde ambos os preços e os salários cresçam lentamente é mais favorável para atividades de negócios do que uma situação onde há pouca flutuação", aponta o relatório.
No documento, o BoJ analisa os comportamentos das empresas em relação ao cenário econômico desde os anos 1990 até o período atual, a partir de entrevistas com 2,5 mil empresas.
De acordo com o banco central japonês, a preferência dos consumidores por preços mais baixos, a capacidade de contratar funcionários com a restrição de salários e a preocupação com o declínio demográfico mantiveram o ciclo de deflação nos últimos anos.
O relatório aponta que muitas empresas ainda seguem preocupadas sobre os efeitos da demografia em declínio, mas informaram que não são mais capazes de contratar funcionários ao limitar os salários.
O BoJ também afirma que a política monetária acomodatícia "apoiou o gerenciamento de negócios e o investimento proativo de diversas empresas ao baixar os custos de empréstimo e melhorar a disponibilidade".