Economia

Empresas agrupam ações para manter preço

Diante da volatilidade provocada pelo período eleitoral, os papéis de muitas empresas listadas na Bolsa estão sendo negociados a preços próximos a R$ 1. No caso de continuarem abaixo desse valor, as ações passarão a ser consideradas “penny stocks”, e essas companhias correrão dois riscos: serem excluídas dos índices da Bovespa no próximo rebalanceamento, que passa a vigorar em janeiro, ou mesmo terem a listagem cancelada após agosto do ano que vem. Para evitar que isso ocorra, uma saída encontrada tem sido o grupamento de ações.

O grupamento reduz o número de ações negociadas na Bovespa, mas, por outro lado, eleva o valor de face de cada papel. O analista da corretora Alpes/WinTrade, Bruno Gonçalves, destaca que algumas empresas deverão tomar a decisão pelo grupamento quando o papel estiver operando próximo da marca de R$ 1, de forma a se adequarem à regra. “Algumas empresas não vão esperar, necessariamente, a ação cair para menos de R$ 1 para fazer o grupamento”, diz.

Uma empresa que já optou por esse caminho foi a Rossi Residencial. A incorporadora anunciou anteontem, quando a ação estava valendo R$ 0,85, que vai propor aos acionistas o grupamento de ações na proporção de 5 para 1. Segundo o fato relevante, a administração da companhia tomou essa decisão “como forma de, preventivamente, dirimir os riscos de não preenchimento dos requisitos de listagem na BM&FBovespa e dos critérios para composição do Ibovespa”. A Rossi ressaltou, porém, que, por 30 pregões consecutivos, a cotação foi superior a R$ 1.

Diante deste anúncio, as ações da Rossi ficaram entre as maiores altas do Ibovespa no pregão de ontem, e fecharam em alta de 5,88%, cotadas a R$ 0,90. Em outubro, porém, registram queda de mais de 15%.

A Oi também anunciou, neste mês, a proposta de grupamento de ações, na proporção de 10 para 1. O papel PN da operadora de telefonia, que está no Ibovespa, registra queda de quase 37% em outubro e de quase 69% somente neste ano. Ontem, fechou cotado em R$ 1,08, em alta de R$ 2,86%.

Futuro

Fora do principal índice da Bolsa paulista, 52 companhias têm ações que valem menos de R$ 1. Entre elas, a Forjas Taurus, que também já tomou medidas para se adequar às novas regras, e vai propor em assembleia o grupamento de ações na proporção de 11 para 1.

A OGX Petróleo e Gás, subsidiária da OGPar (ex-OGX), que recentemente obteve o registro de companhia aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e teve a listagem aprovada pela BM&FBovespa, também recorreu ao grupamento, na proporção de 249,4 para 1. A estreia das ações da companhia ainda não ocorreu.

Em fevereiro deste ano, 49 empresas estavam sendo negociadas a menos de R$ 1. Na época em que a Bolsa decidiu eliminar essa ações, uma das razões era retirar a alta volatilidade, característica desses papéis.

Em relação a todos os índices da Bolsa, inclusive o Ibovespa, pelas regras atualmente em vigor, se o preço médio ponderado da ação ficar abaixo de R$ 1 ao final da vigência da carteira atual, o papel será excluído do índice no próximo rebalanceamento, que vigorará de janeiro a abril de 2015. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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