Cidades

Empresas de ônibus podem ocupar espaço das vans

Sindlotação decide nesta quarta-feira pela compra ou não dos micro-ônibus previstos para atuarem no sistema alimentador

O futuro dos passageiros que se utilizam do transporte alternativo será definido nesta quarta em Guarulhos. É que a partir das 10h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Autônomos em Lotação (Sindlotação), haverá assembleia com todos os integrantes da categoria, que decidirão pela compra ou não dos micro-ônibus previstos para atuarem no sistema alimentador, que será criado pela Prefeitura na implantação do Bilhete Único.

O juiz José Roberto Leme Alves de Oliveira, da 1ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a concorrência pública nº 02/2010 fosse anulada em 15 de outubro de 2010. Com isso, todo processo de reestruturação do transporte na cidade ficou ameaçado e os chamados perueiros desnorteados.

Segundo a Prefeitura, assim que o Bilhete Único for implantado, os micro-ônibus terão a função de trazer os passageiros dos bairros até os terminais que estão sendo construídos, onde, de lá, as pessoas tomarão os ônibus convencionais em direção ao seu destino.

De acordo com o presidente Sindlotação, Cícero Sebastião de Araújo (Mossoró), a categoria é quem vai decidir sobre o seu futuro. "Com muita luta chegamos até aqui. Mais de trezentos veículos já foram faturados e agora estão em fase de pintura, montagem e acabamento para serem entregues aos permissionários. Todos os carros já vêm equipados com elevadores para os portadores de necessidades especiais. Vamos ouvir o segmento. Ou trocamos as vans pelos micro-ônibus, ou cancelamos tudo e continuamos rodando do mesmo jeito que está", comentou.

Para a comerciária, Juciléia Alves Silva, 38, que diariamente viaja utilizando o transporte público do Jardim Fortaleza até o Centro, a implantação dos micro-ônibus em substituição às vans seria bastante interessante: "Já presenciei muitas pessoas viajando em pé nas peruas, espremidas como sardinhas. Sei que existe uma lei de acessibilidade que proíbe a superlotação, mas ninguém respeita. Um veículo maior seria muito bom para todos", disse.

Já para a dona de casa Maria de Jesus Rocha, 48, moradora do bairro dos Pimentas, alguém deveria fazer algo para melhorar a situação: "Toda semana levo minha netinha ao Hospital da Criança para fazer um tratamento médico. Já peguei uma van tão cheia, que um dos passageiros chegou até a esmagar o bracinho da menina. É lógico que um carro bem maior seria o ideal", opinou.

Comenta-se nos bastidores que a Prefeitura pode baixar um decreto implantando a reformulação do transporte ainda este ano. Caso isso ocorra, se os micro-ônibus não estivem operando no sistema, estima-se que as vans não consigam atender a demanda das linhas alimentadoras devido ao seu tamanho, o que pode abrir espaço para as empresas de ônibus colocarem seus veículos em circulação também nesses trechos,    dividindo os passageiros com os transportadores alternativos.

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