Tomar empréstimo pode representar o impulso financeiro para uma empresa realizar projetos ou se equilibrar. Mas não conseguir pagá-lo é um dos maiores problemas na vida do empreendedor e o dinheiro que surgia como aliado passa a ser vilão. O empresário usou recursos que não tinha e se vê diante de uma dívida crescente com pouca margem de manobra para amenizar a desordem no caixa.
Uma saída é tentar renegociar com o banco, alongando o prazo e reduzindo o valor das parcelas. Para a instituição financeira é melhor demorar mais para receber (mesmo porque continuará a cobrar juros) do que ter de recorrer à Justiça para resolver o caso.
O empreendedor deve ir para a conversa com o gerente do banco com uma proposta consistente e mostrar que nas novas condições poderá cumprir sua obrigação. Caso não haja acordo, o empresário tem o direito de contatar a ouvidoria da instituição para outra tentativa de acerto. Na negativa, ainda pode procurar o Pace Paulistano, o Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual. Trata-se de uma parceria entre o Tribunal de Justiça de São Paulo e a Associação Comercial de São Paulo, que ajuda a mediar dívidas com bancos. Empresas de qualquer setor podem recorrer (telefone (11) – 3272-6651). As tratativas são realizadas na cidade de São Paulo, não há custos e o índice de acordo é de cerca de 70%.
Mesmo adimplente, o empreendedor pode reduzir o gasto com o empréstimo. Basta encontrar um banco que ofereça melhores condições das originalmente contratadas e usar a portabilidade, que permite transferir a dívida de uma instituição para outra.
Se as coisas vão realmente bem e o empresário quiser quitar o empréstimo antecipadamente, terá direito a desconto, sem cobrança de tarifa desde que a operação tenha sido firmada após 10 de dezembro de 2007.
Reforço o apelo para que o empreendedor se prepare. Ele deve pesquisar a opção de crédito mais adequada para o seu caso, pois empréstimo mal feito pode comprometer as finanças seriamente. É recomendável ter uma linha pré-aprovada para eventual uso já que, na hora do desespero, o risco de uma má escolha é enorme.
Por fim, organização é essencial. Quem parte para uma (re) negociação bem municiado de informações – inclusive da contabilidade do empreendimento – tem mais chances de sucesso.
Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP