O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis com recursos da poupança registrou queda de 2,7% em fevereiro ante janeiro, totalizando R$ 3,2 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). O ritmo de queda, conforme mostram os dados da entidade, desacelerou. Em janeiro, o volume de empréstimos recuou mais de 30% na comparação com dezembro.
Na comparação com fevereiro do ano passado, a cifra registrada no mês passado foi 50,3% menor, segundo a Abecip. Foram financiados 14,7 mil imóveis em fevereiro nas modalidades de aquisição e construção. “Esse resultado se mostra positivo em relação a janeiro, com expansão mensal de quase 9%. Entretanto, em termos anuais, houve queda de 49,2%”, avalia a Abecip, em nota à imprensa.
No primeiro bimestre de 2016, foram financiados R$ 6,5 bilhões, retração de 58,3% ante igual intervalo do ano passado, quando totalizou R$ 15,6 bilhões. Foram financiados 28,2 mil imóveis neste período, recuo de 61,2% em relação aos dois primeiros meses de 2015, quando 72,6 mil unidades obtiveram financiamento.
De acordo com a Abecip, no acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro último, foram destinados R$ 66,5 bilhões à aquisição e construção de imóveis com recursos das cadernetas de poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), queda de 40,3% em relação ao apurado no mesmo período do ano anterior.
A Abecip destaca, em nota, que os saques nas cadernetas de poupança continuaram superando os depósitos em fevereiro e a captação líquida foi negativa em mais de R$ 6,7 bilhões. “Sazonalmente, fevereiro registra alguma recuperação em relação a janeiro – período caracterizado por saques mais expressivos, devido à maior concentração de despesas pessoais. Mas neste ano a recuperação se limitou à redução do ritmo das saídas de recursos da poupança”, justifica a entidade.
Conforme a associação, a captação líquida negativa de fevereiro pode ser explicada pelo menor número de dias úteis, afetando a captação de depósitos e ainda o fato de que nos feriados de Carnaval as pessoas tendem a ter mais gastos com viagens e eventos em geral. Destaca ainda que soma-se a esses fatores uma “conjuntura econômica instável”, marcada elevação no desemprego, o que leva, segundo a entidade, várias pessoas a sacarem recursos para quitar dívidas.