Enchentes repentinas resultantes de chuvas sazonais incomumente fortes no Afeganistão mataram mais de 300 pessoas e destruíram mais de mil casas, segundo a agência alimentar da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Programa Mundial de Alimentos afirmou que está distribuindo biscoitos fortificados aos sobreviventes de uma das muitas enchentes que atingiram o país nas últimas semanas, principalmente a província setentrional de Baghlan, que sofreu o maior impacto dos dilúvios na sexta-feira, 10.
Na província vizinha de Takhar, meios de comunicação estatais relataram que as enchentes mataram pelo menos 20 pessoas. Zabihullah Mujahid, o principal porta-voz do governo Talibã, postou nas redes sociais que "centenas sucumbiram a estas calamitosas enchentes, enquanto um número substancial sofreu ferimentos."
Mujahid identificou as províncias de Badakhshan, Baghlan, Ghor e Herat como as mais afetadas. Ele acrescentou que "a extensa devastação" resultou em "perdas financeiras significativas". Ele disse que o governo ordenou que todos os recursos disponíveis fossem mobilizados para resgatar pessoas, transportar os feridos e recuperar os mortos.
O Ministério da Defesa do Talibã disse em comunicado divulgado neste sábado, 11, que a força aérea do país já começou a evacuar pessoas em Baghlan e resgatou um grande número de pessoas presas em áreas inundadas, além de ter transportado 100 feridos para hospitais militares na região.
Richard Bennett, relator especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos no Afeganistão, disse nas redes sociais que as enchentes são um lembrete contundente da vulnerabilidade do Afeganistão à crise climática, e que tanto a ajuda imediata quanto o planejamento de longo prazo pelo Talibã e atores internacionais são necessários.
Vídeos postados nas redes mostraram dezenas de pessoas reunidas no sábado atrás do hospital em Baghlan procurando por seus entes queridos. Um oficial lhes diz que deveriam ir e começar a cavar sepulturas, enquanto sua equipe está ocupada preparando os corpos para a cerimônia de enterro.
Oficiais destacaram que, em abril, pelo menos 70 pessoas já haviam morrido por causa de fortes chuvas e enchentes repentinas no país. Cerca de 2 mil casas, três mesquitas e quatro escolas também foram danificadas na ocasião.