Um dos maiores encontros de Lucinha Turnbull se deu em 1975, com Eric Clapton, ela conta. Era janeiro. O guitarrista inglês estava no Brasil a passeio e aproveitou para assistir à primeira e modesta edição do festival Hollywood Rock, no campo do Botafogo, organizada por Nelson Motta. Em uma noite, segundo a roqueira, André Midani, presidente da gravadora Philips no Brasil, o convidou para uma festa em sua casa, e ele foi com Patty Boyd (a ex-namorada que Clapton roubou do amigo George Harrison).
Lucinha conta que também foi convidada de Midani e que viveu ali uma de suas grandes experiências. “Estávamos eu e outras pessoas tocando violão e cantando. De repente, Clapton pegou seu instrumento, outro violão, e passou a tocar exatamente o que estávamos fazendo. Lembro que chegou a colocar o cigarro amparado entre as cordas para continuar tocando.” Ao final, ainda desconcertada, Lucinha se aproximou e ele falou a ela apenas uma frase, olhando para seus óculos redondos e seus olhos ligeiramente puxados: “Você poderia ser filha de John e Yoko”.
Depois de lançar seu primeiro disco em 1980 pela gravadora EMI-Odeon, Lucinha conta que errou ao deixar a companhia para tentar lançar seu segundo disco por outra gravadora. Ela teria sido levada a tomar essa decisão por pessoas em quem confiava. O tempo passou e nenhuma companhia a contratou. “Quem iria querer lançar um disco de alguém que deixou uma grande gravadora sem um motivo aparente?” Seja como for, sua carreira, 35 anos depois, dá sinais de vitalidade. O mundo do rock sabe quem é Lucinha Turnbull. Resta que o público a conheça.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.