O endividamento dos brasileiros caiu de 46,4% de sua renda acumulada em 12 meses em abril para 46,3% em maio, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Banco Central. Já o comprometimento da renda das famílias seguiu em 22,2% de um mês para o outro.
Sem considerar os financiamentos imobiliários, o endividamento recuou de 27,6% para 27,5% no período, enquanto o comprometimento da renda subiu de 19,8% para 19,9%.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, avaliou que tanto o comprometimento de renda como o endividamento estão relativamente estáveis. “Inclusive o endividamento sem financiamento imobiliário mostra um pouco de recuo”, destacou. Segundo Maciel, o dados de endividamento são de maio, com uma certa defasagem, porque o Banco Central usa dados do IBGE.
Crédito renegociado
O volume de crédito renegociado por pessoas físicas tem crescido desde o início do ano e economistas do mercado financeiro já deram o alerta: esse aumento pode sinalizar uma piora da inadimplência nos próximos meses. De maio para junho, o total de crédito renegociado com recursos livres subiu 1,3% , para R$ 23,668 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo BC hoje.
Entram nessa conta as operações de empréstimos às pessoas físicas associadas à renegociação ou composição de dívidas vencidas. No final do ano passado, o montante dessas operações estava em R$ 21,914 bilhões, mas desde fevereiro de 2015 vem mostrando elevação, todos os meses. A marca de R$ 23 bilhões foi atingida em maio e não era vista desde dezembro de 2013.
No passado, o BC avaliou que o aumento dessas renegociações estava relacionado a uma tentativa do consumidor de troca de taxas elevadas de financiamentos por outras mais baixas. Agora, no entanto, o momento é de alta dos juros em praticamente todos os segmentos de crédito.