Artigo de Fabricio Vieira de Moraes, gerente de Serviços Educacionais da Saraiva
As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) superaram as expectativas para 2014. Foram inscritos, aproximadamente, 9,5 milhões de estudantes de todas as regiões do país. Desde a criação da avaliação, em 1998, o número de inscritos vem aumentando gradativamente. Para isso, alguns incentivos foram importantes.
Para recordar alguns acontecimentos, a partir de 2001 o exame passou a ser gratuito para todos os alunos da escola pública. Já em 2004, foi criado pelo Ministério da Educação o Programa Universidade para Todos (Prouni), que iniciou as suas atividades concedendo bolsas de estudos integrais ou parciais (50%) em instituições privadas de ensino superior, e para participar, os alunos utilizavam as notas obtidas no ENEM. Além disso, em 2009, algumas universidades federais e institutos federais de educação aderiram ao exame como forma de acesso aos seus cursos de graduação.
Atualmente, há alguns possíveis caminhos que podem ser trilhados pelos estudantes a partir da nota obtida no ENEM. O aluno pode utilizá-la para se inscrever no SISU (Sistema de Seleção Unificado), por exemplo, que deve oferecer cerca de 130 mil vagas em mais de 100 Instituições de Ensino Superior – Universidades e Institutos Federais de Educação – só este ano.
Com essa possibilidade de romper com as fronteiras de acesso ao ensino público, uma questão sempre é apresentada pelas famílias: como fazer para subsidiar o filho em outra região do país? O primeiro aspecto que deve ser considerado é a conquista de uma vaga pública e a possibilidade do acesso ao ensino superior, mesmo que, para isso, o estudante precise mudar de cidade ou estado. É a primeira vez na história da Educação brasileira que rompemos com as barreiras geográficas impostas pelos vestibulares bairristas!
E as famílias precisam saber que não estão desamparadas neste processo. As Universidades públicas oferecem possibilidades para os estudantes com baixa renda, como moradias estudantis, bolsas alimentação e participação em projetos de iniciação científica com bolsas subsidiadas pelo CNPQ, entre outras formas de incentivo que podem auxiliar ou subsidiar o custo de vida do aluno em outras regiões. Esse fato é importante para rompermos com as fronteiras físicas e vislumbrarmos novas possibilidades para o ensino superior.
Além da oferta das vagas públicas, é possível ingressar nas universidades privadas tanto por meio do Prouni quanto pelo FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. Nesse último caso, a maioria das universidades avalia o ingresso do estudante por meio da nota obtida no ENEM.
Há oportunidades não só no Brasil, como também no exterior. Neste ano, algumas universidades portuguesas, como a Universidade de Coimbra, por exemplo, passaram a aceitar a nota do ENEM em seus exames de seleção. Outro programa internacional é o ‘Ciência sem Fronteiras’, que possibilita ao aluno de graduação uma oportunidade de experiência fora do país. Nesse caso, o estudante precisa obter no Exame uma nota igual ou superior a 600 para concorrer a uma vaga.
Viajando o Brasil para falar com professores, alunos e famílias, pude identificar que o ENEM já faz parte do dia-a-dia do estudante, mas que nem todas as oportunidades que existem a partir do exame estão bem compreendidas. Então, nada melhor do que buscar conhecer todos os possíveis caminhos do Ensino Superior para, assim, decidir qual é o melhor a ser seguido.
Fabricio Vieira de Moraes é Gerente de Serviços Educacionais da Saraiva