Economia

Energia e alimento dão trégua à inflação da baixa renda, mas índice supera média

As tarifas de energia elétrica e os alimentos trouxeram alívio ao bolso das famílias de baixa renda em junho e levaram a inflação percebida por este grupo a desacelerar em relação ao resultado de maio. Em contrapartida, o reajuste nos preços das apostas de jogos lotéricos impulsionou o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que avançou 0,85% no mês passado, ante 0,95% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Protagonista dos índices de inflação no primeiro trimestre, a tarifa de eletricidade residencial voltou a perder força após um novo salto em maio. O item avançou 0,19% em junho, o que levou o grupo Habitação a desacelerar de 1,16% para 0,97%. A energia elétrica responde por uma fatia maior nas despesas da baixa renda do que na média dos brasileiros.

Outro grupo que pesa mais no orçamento da baixa renda são os alimentos, que também deram alívio na passagem do mês. A taxa passou de 1,16% para 1,02% entre maio e junho, diante da alta de 1,18% nos preços de hortaliças e legumes, bem menos do que o avanço de 11,28% no mês anterior. A cebola ainda ficou 23,53% mais cara, mas o tomate caiu 17,35%.

As demais baixas vieram de Saúde e Cuidados Pessoais (1,54% para 0,64%) e Vestuário (0,81% para 0,32%). Nestes grupos, os destaques partiram dos itens medicamentos em geral (2,03% para 0,41%) e calçados (1,39% para 0,13%), respectivamente.

Por outro lado, o reajuste nos preços de apostas de jogos lotéricos continuou pressionando e resultou em alta média de 29,26% no item. Isso levou o grupo Despesas Diversas a acelerar de 1,53% para 2,36% na passagem do mês, segundo a FGV.

Também ganharam força os grupos Transportes (-0,19% para 0,29%), Educação, Leitura e Recreação (0,36% para 0,77%) e Comunicação (-0,30% para 0,37%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens tarifa de ônibus urbano (-0,34% para 0,35%), hotel (-2,36% para -0,32%) e tarifa de telefone residencial (-0,76% para 0,25%), respectivamente.

Essas quatro classes de despesas contribuíram para que o IPC-C1 de junho ficasse, por mais um mês, acima da taxa média de inflação para todos os brasileiros. O chamado Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-Br) avançou 0,82% no mês passado. Em 12 meses, a inflação da baixa renda (9,52%) também bate o índice geral (9,15%).

O IPC-C1 capta movimentações de preço percebidas por famílias com ganhos mensais entre 1 e 2,5 salários mínimos.

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