Economia

Eneva garante que geração de energia não é afetada pela dificuldade da empresa

Um dia após ter anunciado que entrou com pedido de recuperação judicial, a Eneva, empresa de geração de energia do empresário Eike Batista e da alemã E.On, reuniu analistas de mercado em teleconferência para enfatizar que as usinas do grupo permanecem “saudáveis e autossustentáveis” e que têm o “suporte dos credores”.

O presidente do grupo, Alexandre Americano, dissociou os problemas financeiros da controladora do seu braço operacional. Ele garantiu que a geração de energia não está sendo afetada pela atual dificuldade da empresa de honrar dívidas com vencimento neste fim de ano.
“A nossa operação está assegurada para os próximos meses. Continuaremos contribuindo de maneira relevante para o fornecimento de energia nesse momento estressado do setor elétrico”, afirmou.

O pedido de recuperação judicial na Comarca do Estado do Rio de Janeiro foi decidido pelos controladores da companhia na tentativa de ganhar tempo para negociar a dívida de curto prazo. A Eneva conseguiu mais 60 dias para solucionar o pagamento de R$ 2,3 bilhões já vencidos em 30 de novembro.

O presidente da Eneva garantiu também o pagamento a funcionários e fornecedores das usinas térmicas, que, segundo ele, têm “energia firme e competitiva” para ser vendida no sistema interligado. A companhia possui 2,4 gigawatts de capacidade para produção de eletricidade e outros 500 megawatts estão em construção. Como a geração é térmica acaba sendo beneficiada neste momento de reservatórios hidrelétricos em baixa, que repercutem na valorização do megawatt-hora (Mwh).

Diretor Financeiro e vice-presidente da companhia, Ricardo Levy não descarta nem mesmo possíveis aumentos do capital nas usinas. Segundo ele, caso haja necessidade de mais investimento nos projetos, a decisão será debatida particularmente, caso a caso.

Para comprovar que a operação da Eneva permanece saudável, Americano anunciou que a usina térmica Parnaíba II está em fase final de teste e que entrará em operação em breve. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prevê o início da operação da usina até o fechamento deste ano. “O TAC está em pleno andamento”,destacou o executivo.

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