Cidades

Enquanto lei não entra em vigor, comércio conscientiza sobre sacolas retornáveis

Liminar obtida por Sindicato impede proibição do uso de sacolas plásticas em Guarulhos

Enquanto a lei que obriga os estabelecimentos comerciais a utilizarem embalagens biodegradáveis segue suspensa no município, graças a liminar concedida ao Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de São Paulo (Sindiplast), os comércios de Guarulhos adotam medidas para conscientizar a população.

Na rede de supermercados Extra, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), todas as quintas-feiras, as 22 lojas no estado, sendo seis em Guarulhos, contam com opções de embalagens reutilizáveis e eliminam a distribuição de sacolas plásticas, no projeto "Quinta Feira Sem Sacola". "Nosso objetivo é fazer com que os próprios clientes comecem a refletir sobre sua rotina e possam escolher outras maneiras de transportarem suas compras", completa Hugo Bethlem, vice-presidente do GPA

As drogarias localizadas dentro dos estabelecimentos também estão participando da ação e, como opção, vendem sacolas retornáveis e dobráveis feitas de garrafas pet , bem como sacolas compostáveis, confeccionadas com amido de milho pelo valor de R$ 0,12.

Nos seis primeiros meses deste ano, foram quase 18 mil sacolas compradas pelos guarulhenses, sendo que em julho o número chegou aos 5 mil. Somente no Extra, no ano passado foram comercializadas 2,2 milhões de sacolas retornáveis, sendo 655 mil até julho deste ano.

"Sabemos que é nosso papel promover o entendimento do assunto para que o consumidor, consciente da sua responsabilidade na adoção de práticas mais sustentáveis de consumo, possa aderir à causa e entender esse passo como mais um avanço na sua relação com o meio ambiente e com o futuro do planeta", destaca o executivo.

Embalagens podem levar até 200 anos para se decompor

A adoção de embalagens biodegradáveis (que se desintegram naturalmente no meio ambiente) ou reutilizáveis (recicladas ou permanentes) visa diminuir o uso das sacolas plásticas convencionais, que podem durar até 200 anos. A substituição já ocorre em estados como Goiás, Espírito Santo e Maranhão e nos municípios de Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Piracicaba (SP).

Levantamento da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) aponta que o Estado de São Paulo tem 2.803 empresas que atuam no setor de embalagens, responsáveis por cerca de 97 mil empregos diretos. O Estado ocupa a 1ª colocação no ranking nacional de indústrias de transformados plásticos, com 11.263 fábricas e mais de 298 mil funcionários (participação, respectivamente, de 45,04% e de 44,8% no país).

Posso ajudar?