O Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) encaminhou um ofício nesta semana ao secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Marcos Penido, contra a proposta de reorganização do Sistema Estadual de Florestas (Sieflor), que pretende unificar a gestão de áreas de preservação na Fundação Florestal (FF), extinguindo, assim, a Instituição Florestal (IF).
A proposta foi discutida em reunião ordinária entre a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), também comandado pelo secretário Marcos Penido. De acordo com nota divulgada na quinta-feira (27) no site do governo estadual, com as mudanças, a pasta de Meio Ambiente ficará com a administração das áreas florestais em parceria com a FF, "por meio de um órgão unificado de pesquisa a ser criado, reunindo os atuais Institutos Florestal, Botânico e Geológico".
Para o presidente do Proam, Carlos Bocuhy, a justificativa do governo de que a unificação trará mais eficácia na gestão das áreas florestais e menor gasto de recursos públicos não se sustenta em dados. "A reforma do Sieflor não tem qualquer fundamentação do ponto de vista econômico, porque as Unidades de Conservação, administradas pelo Instituto Florestal, são autossustentáveis e trabalham com pesquisa de produção de madeira, o que permite a elas um ganho muito superior ao que é pago para os funcionários", afirma Bocuhy.
De acordo com nota da Proam, a "posição rigorosa" dos funcionários do IF em relação ao cumprimento dos critérios para a proteção ambiental no Estado está entre as razões para que a gestão Doria queira a extinção do órgão.
"O IF é o melhor gestor para essas áreas por possuir recursos humanos, materiais e financeiros já destinados e um plano para seu uso sustentável, decorrente de suas pesquisas e ações de manejo", concluí o ofício do Proam enviado à Secretaria.