Cidades

Entidade prega conscientização pelo fim das sacolas plásticas

Associação Paulista de Supermercados (APAS) julga desnecessária a implantação de leis

O uso polêmico das sacolas plásticas comprovadamente prejudica o meio-ambiente. Por isso, a lei n° 6.481, de autoria do vereador e deputado estadual eleito Alencar, obrigava os comércios da cidade a utilizarem embalagens plásticas biodegradáveis ou reutilizáveis.

Mas, sob júdice desde sua criação, a legislação ainda não entrou em vigor, o que permite a livre circulação deste material que leva mais de 100 anos para se decompor.

A Associação Paulista de Supermercados (APAS) julga desnecessária a implantação de leis e usa o exemplo de Jundiaí para comprovar que a conscientização é suficiente para por fim às sacolinhas.

"Em Jundiaí o processo foi educacional, envolvendo a prefeitura, a APAS e associações comerciais. Assim, extinguimos o uso em 99% das sacolas", explica o vice-presidente da entidade, Orlando Morando.

Segundo ele, o consumidor em geral não tem conhecimento de que a sacola plástica é cobrada. "Em alguns casos, o valor chega a 1% do faturamento bruto e este custo é diluído no produto final", afirma.

Morando afirma que a opção pelo uso de sacolas óxido biodegradáveis não é o melhor caminho, como prevê a lei municipal.

"Não há estudos científicos que comprovem que estas sacolas não sejam nocivas ao meio-ambiente. Na verdade elas se decompõem mais rápido", completa.

"O consumidor está acostumado"

Para o proprietário do mercado Café & Cia., no Jardim Pinhal, Marcelo Martins, 43, a questão do uso das sacolas plásticas é cultural. Mesmo reconhecendo que o fim das sacolas beneficiaria financeiramente seu comércio, Martins não se mostra otimista. "Vai ser uma briga feia para parar, o consumidor está acostumado. Para nós, seria bom se parasse, pois compro cerca de 150 mil sacolas a cada dois meses", enumera.

O empresário afirma que é difícil encontrar consumidores que utilizam sacolas retornáveis. "Praticamente zero. É difícil encontrar clientes que tenha preocupação com isso, é quase nulo", define.

Consumidora, a fisioterapeuta Shodileyne Takamoto, 24, afirma que só utiliza sacolas retornáveis quando faz compras em grande volume. "Não ando com ela constantemente. Muitas vezes só vou lembrar quando estou no mercado, é questão de hábito", justifica, com sacolas de plásticos em mãos.

Em contraste, a artesã Wilma Menezes, 25, utiliza-se de sacolas retornáveis há um ano. "Prefiro às retornáveis do que ficar ajuntando sacolas plásticas em casa", comenta, afirmando que toda a família aderiu ao uso.

Meio Ambiente do Estado ajudará na conscientização

Em busca de expandir suas ideias, a APAS formou um grupo de trabalho em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente para viabilizar ações em todo o estado pelo fim das sacolinhas. O objetivo é elaborar um protocolo de intenções para banir o uso destas sacolas.

O grupo será formado por técnicos da APAS e da Secretaria e os trabalhos começam em breve. "O meio-ambiente é a pauta do século. A sociedade está sensível às causas ambientais. Com o envolvimento do Estado em campanhas educativas, dá pra fazer isso em velocidade muito rápida", finaliza Morando.

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