Internacional

Enviado da ONU para Síria convida oposição para negociações de paz

O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, disse neste sábado que vai convidar a oposição do país para conversações de paz que começam na próxima terça-feira em Genebra. Na sexta-feira, após três dias de reuniões na Arábia Saudita, a oposição escolheu a delegação unificada de 36 membros que vai participar das negociações. A delegação será liderada pelo cardiologista Nasr al-Hariri, que participou de conversações em Genebra ao longo do último ano.

Em comunicado, Staffan de Mistura destacou que a oposição não impôs nenhuma precondição para participar das conversas em Genebra. Segundo o enviado especial, a implementação de resoluções relevantes da Organização das Nações Unidas é vista como a única referência para a negociação. A oposição evitou condicionar sua participação à saída do presidente Bashar Assad do governo, o que demonstra um pouco de flexibilidade. Essa questão sempre foi um ponto de discórdia em rodadas anteriores de negociação, aprofundando as divisões dentro da já fragmentada oposição.

Na sexta-feira à noite, em Riad, capital da Arábia Saudita, al-Hariri disse que “as negociações diretas pretendem alcançar um objetivo específico, que é a transição política”. Ele disse que todos os tópicos poderão ser discutidos, uma aparente referência ao futuro de Assad. A delegação do governo sírio já disse anteriormente que o futuro de Assad não está em negociação.

Em Damasco, o enviado especial adjunto da ONU, Ramzy Ramzy, se reuniu com o vice-ministro de Relações Exteriores e principal negociador da Síria, Faisal Mekdad. Após o encontro, Ramzy disse que as negociações em Genebra vão girar em torno de quatro tópicos: uma nova constituição, governança, eleições e combate ao terrorismo. Ele disse ainda que o foco vai estar em constituição e eleições, mas não deu mais detalhes.

Quanto a um possível avanço nas negociações de Genebra, Ramzy disse: “O processo político é difícil e complicado porque a situação na Síria é complicada, então estamos construindo nossa estratégia um passo de cada vez. Espero que a próxima rodada, com a participação efetiva do governo e a presença de uma oposição unida, contribua para que a questão avance.” Fonte: Associated Press.

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