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EPE: risco de déficit de energia no Sudeste é hoje 2,5%

A forte chuva que vem atingindo o Sul do país e a melhora da situação dos reservatórios da região praticamente afastaram os riscos de déficit de energia no Sudeste.
A capacidade dos reservatórios da região chegou este mês a 2,5%. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquin, lembrou, em entrevista à Agência Brasil, que em junho de 2001, ano do racionamento, o risco era 29,6%.
 
“O Sul vem recebendo intensa chuva desde o início de junho, o que dá alívio para os reservatórios da região, depois de um período atípico e seco durante o verão. Então, a gente tem como aproveitar a chuva no Sul para transferir a energia lá gerada para o Sudeste”, disse Tolmasquin. Ele comentou o Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), relativo ao período de 14 a 20 de junho, que elevou significativamente as estimativas de chuva para o Sul, melhorando a situação dos reservatórios neste mês.
 
Para o presidente da EPE, não há dúvida de que as condições hidrológicas no Sul melhoraram muito a situação do país do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica. “Foi importante a melhora. Hoje, estamos em situação de tranquilidade. Se antes já considerávamos que não haveria problema de abastecimento, hoje a gente já tem certeza de que não faltará energia. O nível de déficit é bastante baixo”, disse.
 
Tolmasquin lembrou que o país conviveu no início do ano, principalmente em fevereiro, com o pior período de sua história em termos de hidrologia, muito pior até do que em 2001, o ano do racionamento. “Em fevereiro de 2001, a energia natural fluente, ou seja, a vazão de água que entrou nos reservatórios, foi 73% da média de longo prazo. Em fevereiro último, essa vazão foi apenas 39% da média – quase a metade da água que entrou em 2001”, ressaltou.  
 
Segundo ele, no entanto, apesar de ter entrado metade da vazão no início deste ano, no fim de fevereiro os reservatórios estavam praticamente iguais: 35,1% em 2001 contra 35,4% em 2014. “A diferença é decorrente de estarmos hoje, estruturalmente, melhores do  que em 2001”. O presidente da EPE explicou que foi justamente essa “melhor solidez” do Sistema Integrado Nacional que permitiu ao país atravessar o momento de escassez e a crise decorrente da seca atípica. Tolmasquin lembrou ainda que entre 1996 e 2000, a capacidade instalada cresceu 24,6%, contra um aumento de consumo de 26,5%.

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