Por mais que as autoridades ligadas à área de segurança pública propagem por aí números que, em tese, demonstram um certo controle sobre a violência, algumas vezes as próprias estatísticas servem para revelar que não se vive em um mar de rosas, definitivamente. Em Guarulhos, o índice de homicídios por habitantes está 60% acima do que é aceito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os organismos internacionais consideram que acima de 10 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes já pode ser considerada uma epidemia. Guarulhos, em 2011, segundo números divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, amarga 16,03 para cada 100 mil.
Ou seja, o número de mortes violentas em nossa cidade é bastante preocupante. A população, por mais que digam o contrário, está sim a mercê da marginalidade. A falta de segurança é flagrante nas mais diferentes situações. Pessoas de bem seguem apavoradas, muitas vezes sitiadas atrás das grades de suas casas ou dentro de seus carros, torcendo para que consigam entrar na garagem sem serem abordados ou que o semáforo abra logo.
Neste sentido, não adianta apenas buscar culpados entre as forças de segurança. A violência está impregnada em nossa sociedade. E decorre de uma série de fatores, como os baixos investimentos em educação, em programas sociais e até na geração de emprego. Guarulhos sofre bastante com a violência até por sua grande extensão territorial, que propicia o surgimento de grandes aglomerados urbanos. Junto com esse crescimento desordenado, geralmente desprovido de equipamentos públicos, há o avanço da marginalidade, como o tráfico de drogas e formação de quadrilhas.
Neste sentido, a sociedade organizada acaba sofrendo as consequências naturais, como o grande número de homicídios, assaltos, entre outras formas de violência. Enquanto não houver uma ação coordenada que envolva outros setores da administração público tanto municipal, como estadual e federal, pouco se conquistará. Infelizmente, muita gente de bem vai pagar com a própria vida, em meio a essa epidemia que atinge nossa Guarulhos.
