O governo brasileiro deu por encerrada a crise em seu relacionamento com o Uruguai. Pivô do episódio, o chanceler daquele país, Rodolfo Nin Novoa, telefonou para o ministro das Relações Exteriores, José Serra, para classificar tudo como um mal entendido.
Nesta terça-feira, 16, a imprensa uruguaia informou que, numa reunião com deputados, Nin Novoa disse que o Brasil havia tentado “como que comprar o voto” do Uruguai no intuito de impedir que a Venezuela assumisse a presidência do Mercosul.
Em troca, teria oferecido a possibilidade de explorar, junto com o Uruguai, oportunidades de comércio em terceiros países. Ele teria ainda acusado do Brasil e o Paraguai de fazer “bulliyng” com a presidência venezuelana no bloco.
A informação levou o Ministério das Relações Exteriores a convocar o embaixador uruguaio em Brasília, Carlos Amorim Tenconi, a dar explicações. Foi ainda emitida uma nota no qual o governo expressou “profundo descontentamento e surpresa” com as afirmações de Novoa. “Está tudo esclarecido”, afirmou na tarde desta quarta-feira, 17, o ministro Serra, sem dar detalhes sobre a conversa com seu contraparte.
“Não há mais problema”, garantiu. Segundo fontes, a superação do mal-estar é de interesse dos dois lados. Desde esta terça-feira era aguardado algum gesto do Uruguai no sentido de restabelecer a normalidade nas relações com o Brasil.