Ainda que o Open Finance no Brasil esteja muito à frente de outros países, com mais de seis milhões de consentimentos ativos, segundo o Banco Central, o crescimento da iniciativa de modo a beneficiar cada vez mais pessoas com melhores condições de crédito depende da entrada de novos participantes. Na quarta-feira, 23, no evento BB Digital Week, do Banco do Brasil, a executiva de Open Finance do BB, Karen Machado, argumentou que, para escalar a iniciativa, é necessário que novos participantes entrem, principalmente as fintechs, que não têm participação obrigatória na maioria das fases.
"A gente recebe muita reclamação de cliente que não entende porque não pode compartilhar dados da instituição X. Para o cliente isso é muito estranho, por que determinada instituição não está na lista? Por que não posso compartilhar de qualquer uma? Ele não sabe o que é participante obrigatório. Para de fato toda população poder fazer uso, todas deveriam aderir", afirmou Karen.
Rogério Melfi, líder de Open Finance na Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), disse que a pandemia de covid-19 atrapalhou um pouco a entrada das pequenas, assim como muitas foram absorvidas pelo mercado.
Além disso, lembrou que, com os problemas de interoperabilidade, as informações não estavam "passando pelo cano" para justificar a adesão das fintechs. Mas que, logo, deve ter muita solução "na rua".
Ele destacou que as fintechs trabalham bem em nichos, citando exemplo de estudantes, caminhoneiros ou crédito verde. "Vai se beneficiar de dados, iniciação de pagamentos. Vamos ver em breve muita solução na rua, mas talvez sem usar a palavra Open Finance. Talvez aquele estudante com um aplicativo acadêmico, vê nota, faz pagamento e compra livro, mas nem sabe que por trás tem o Open Finance."