Crianças paquistanesas retornaram nesta segunda-feira para a escola onde homens do Taleban mataram 150 de seus colegas e professores no mês passado. Segurando forte as mãos de seus pais, elas entraram no local como um símbolo pungente de perseverança, apesar dos horrores que enfrentaram.
Foi a primeira vez que a escola foi reaberta desde o ataque e as medidas de segurança foram reforçadas. O país ainda se recupera da agressão de 16 de dezembro, ocorrida em Peshawar, uma das piores registrada no Paquistão, quando sete homens do Taleban invadiram o local. A ação levantou discussões sobre se as autoridades podem acabar com a insurgência, que mata e mutila milhares de pessoas a cada ano.
Uma cerimônia foi realizada na escola para marcar a reabertura, mas as aulas só recomeçam na terça-feira. A segurança foi reforçada. Escolas em todo o país elevaram a altura de seus muros, guardas armados agora fazem parte dos funcionários escolares e houve a instalação de detectores de metal, embora muitos questionem por que foi necessário um ataque tão terrível para que houvesse mais atenção à questão da segurança nas escolas.
O governo intensificou as operações militares em áreas tribais, restituiu a pena de morte e permitiu que tribunais militares julguem civis, tudo isso numa tentativa de combater o terrorismo. Mas num ataque realizado nesta segunda-feira, homens armados mataram sete soldados paramilitares na província do Baluquistão, sudoeste do país, lembrando os perigos enfrentados em todo o território paquistanês.
Em Peshawar, jornalistas e carros foram mantidos a centenas de metros de distância da escola, onde rolos de arame farpado foram instalados em cima dos muros. Dois helicópteros sobrevoavam o local. O chefe do Exército paquistanês, general do Exército Raheel Sharif, estava de mãos dadas com sua mulher para receber e consolar os estudantes.
Algumas mulheres levaram flores e as colocaram ao redor as crianças. Passagens do Alcorão foram lidas e o hino nacional foi cantado enquanto pais, estudantes e professores recebiam folhetos sobre o impacto psicológico do ataque na vida das crianças.
Nas redes sociais, alguns paquistaneses questionavam por que graduadas autoridades do governo não participaram da cerimônia. Fonte: Associated Press.