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Escolas de samba do Rio fazem os últimos ensaios para o carnaval

Quem quiser antecipar o carnaval e conferir a folia que já acontece nas quadras das escolas de samba do Rio tem até o próximo domingo. As 12 escolas da elite oferecem esse “esquenta” ao público entre esta quinta-feira, 5, (caso da Beija-Flor) e domingo (como faz a Imperatriz).

As escolas que mais costumam reunir visitantes são Mangueira e Salgueiro, mas outros ensaios têm lotado, como os da Portela e Mocidade Independente. Ambas vêm se recuperando de anos de crise. A Mocidade, bancada por Rogério Andrade, sobrinho do contraventor Castor de Andrade (1926-1997), desponta como uma das favoritas por ter contratado o carnavalesco Paulo Barros, consagrado pelas vitórias em 2010, 2012 e 2014. A Portela ensaia nesta quinta. As demais, sábado.

A primeira lição para quem vai a um ensaio é saber que esse é só o nome do evento – de ensaio não tem nada. Trata-se de um show da bateria e dos intérpretes, que cantam o samba do ano e clássicos da agremiação e das “coirmãs”, como são chamadas as escolas concorrentes. Mestre-sala e porta-bandeira exibem o bailado, passistas e baianas evoluem, a rainha de bateria é paparicada. Os ensaios de verdade, quando as escolas treinam para o desfile oficial, acontecem na rua ou no próprio Sambódromo.

Seja qual for a escola, a dinâmica desses shows é muito semelhante. A quadra abre por volta das 22h (Beija-Flor e Imperatriz abrem mais cedo pois ensaiam em véspera de dia útil). A primeira atração costuma ser um grupo de samba, muitas vezes da própria comunidade. Enquanto o grupo se apresenta, os ritmistas se reúnem, para começar a exibição por volta da meia-noite (Beija-Flor e Imperatriz iniciam essa etapa entre 21h e 22h).

O grande momento da noite é a apresentação do samba que vai embalar a escola no desfile. A música é repetida por um longo tempo, para que seja decorada por todos. Seja qual for o ensaio, “Sonhar não custa nada” (Mocidade, 1992), “É Hoje” (União da Ilha, 1982) e “Peguei um ita no norte” (Salgueiro, 1933) são obrigatórios, entre outros clássicos.
Mais procuradas. A Mangueira não conquista um título desde 2002 nem figura entre as favoritas deste carnaval, mas sua fama lota o Palácio do Samba, nome pomposo dado à quadra no pé da favela, na região de São Cristóvão e Maracanã (zona norte). A procura faz do ingresso o mais caro dentre as escolas de samba do Rio: R$ 50, mesmo valor cobrado pelo também disputado Salgueiro.

A Verde e Rosa apresentará o enredo “Agora chegou a vez vou cantar, mulher de Mangueira, mulher brasileira em primeiro lugar”, em homenagem às mulheres. O Salgueiro é menos famoso, mas a quadra no Andaraí (zona norte) é de tão fácil acesso para os turistas que se hospedam na zona sul quanto a da Mangueira. Além disso, é a única com ar condicionado. O enredo “Do Fundo do Quintal, saberes e sabores na Sapucaí…” discorre sobre a comida mineira.

A Portela (Madureira, zona norte) homenageará o Rio, que completa 450 anos em 1º de março, com o enredo “Imagina Rio, 450 janeiros de uma cidade surreal”. A escola ensaia nesta quinta. O ingresso custa R$ 30 (homem) e R$ 15 (mulher). A Mocidade, cujo enredo é “Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só lhe restasse um dia”, ensaiará no sábado na quadra em Realengo (zona oeste), com entrada franca. Camarotes para 30 pessoas custam R$ 1.500.

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