Cidades

Escolas estaduais de Guarulhos atendem 660 alunos nascidos fora do Brasil

Entre os 3,5 milhões de alunos matriculados na rede estadual de São Paulo, 11.905 são estrangeiros, em Guarulhos 660 alunos são nascidos fora do país. O maior grupo é de bolivianos (5.022), seguido por japoneses (1.307), haitianos (998), angolanos (594) e paraguaios (433) (veja abaixo a lista dos dez países com mais alunos).
 
O número de matrículas dos alunos oriundos do exterior deste ano é 18% maior do que o registrado no passado, quando havia 10.034 estudantes que não nasceram no Brasil estudando nas escolas estaduais de São Paulo.
 
A Escola Estadual Padre Anchieta, localizada no Brás, está entre as que mais atendem bolivianos – são 124 matriculados neste ano. Além dos alunos nascidos na Bolívia, a escola possui outros estudantes vindos de diversas partes do mundo, como Coréia, Síria, China, Bangladesh, Egito, além dos países da América Latina.
 
Embora muitas vezes, o idioma seja um entrave para acolher estes alunos, para a vice-diretora Marisa Tanesi, os estrangeiros trazem diversidade cultural e troca ao ambiente escolar. “Temos uma grande diversidade de etnia e nossos alunos brasileiros costumam cuidar dos que vêm de fora. A troca é boa e gera empatia.”
 
Historicamente habituada a receber alunos de fora do Brasil, por estar localizada no Brás, área que atrai comerciantes, a Padre Anchieta costuma aproveitar o fenômeno para promover eventos e feiras culturais que valorizam a dança, a gastronomia e o idioma dos países de origem desses estudantes.
 
“Já trouxemos os pais para participarem de um festival de gastronomia. Os pais dos imigrantes costumam ser mais presentes e valorizar a escola e os alunos aprendem o português bem rápido”, afirma o coordenador Marcos Antônio Alves.
 
Para as bolivianas Judith Flores Roque, de 12 anos, e Sandra Maynazo Capela, de 13, do 7º ano, é muito bom estudar em uma escola onde há outros colegas de seu país de origem. “Vim para o Brasil muito pequena e aprendi fácil o português, mas me sinto metade brasileira, metade boliviana. É bom conviver com outros bolivianos”, diz Judith.
 
O nigeriano Muna Ogbuka, de 11 anos, está há 4 anos no Brasil e aprendeu a língua portuguesa em seis meses. Também fala inglês e espanhol. Ele diz que a convivência com os amigos ajudou a desenvolver o idioma, embora os professores também tenham sido prestativos. “Gosto dessa escola porque posso fazer amizade com alunos de outros países e isso é ótimo para aprender outras culturas.”
 

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