As escolas municipais de São Paulo também vão antecipar o recesso de julho para paralisar as atividades nas próximas duas semanas, segundo apurou o <i>Estadão</i>. O período para a rede fechar será entre 17 de março e 1º de abril. A medida será anunciada ainda nesta sexta-feira, 12, pela Prefeitura, e segue a decisão do Estado. A rede estadual anunciou ontem que adiantará o recesso para os próximos 15 dias por causa da atual situação da pandemia.
Segundo o <i>Estadão</i> apurou, a Prefeitura não deve anunciar nenhuma interferência sobre o funcionamento das escolas particulares na capital, uma mudança de comportamento com relação ao ano passado. No segundo semestre de 2020, a gestão de Bruno Covas (PSDB) foi responsável por impedir que as escolas públicas e privadas voltassem a dar aulas presenciais, mesmo tendo autorização do Estado. Só foram permitidas atividades extracurriculares.
Neste ano, Covas mudou o secretário de Educação e colocou no cargo Fernando Padula, com experiência de anos na administração da rede estadual e amigo do prefeito. Padula é um defensor das escolas abertas e durante as negociações demonstrou sua preocupação em um fechamento prolongado da rede.
As escolas municipais hoje têm cerca de 1 milhão de alunos, em creches, escolas de educação infantil, fundamental e pouquíssimas de ensino médio. É a maior rede municipal do País. Este mês, o sindicato dos professores decretou greve, se dizendo contra a volta presencial. Mesmo assim, muitas escolas reabriram e funcionavam até esta sexta-feira.
Nesta quinta-feira, 11, por causa da piora na pandemia, a rede estadual antecipou os recessos de abril e outubro para este mês, entre 15 e 28 de março. Neste período, as escolas estarão abertas exclusivamente para oferecer alimentação e distribuir materiais e chips (mediante agendamento prévio). O Estado disse que as escolas municipais e privadas teriam autonomia para definir o funcionamento, desde que, se abertas, mantivessem a ocupação de 35%.
Mas em coletiva de imprensa o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, sugeriu que as redes públicas municipais seguissem a decisão do governo. "Nós recomendamos para todos os municípios e redes privadas, atividades sejam realizadas aquilo que seja realmente necessário. Se puder fazer à distância, faça à distância."
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), determinou que todo o Estado estará em "fase emergencial" entre a próxima segunda-feira, 15, e 30 de março. A nova classificação prevê restrições a 14 atividades, impactando cerca de 4 milhões de trabalhadores formais diariamente, de acordo com o governo. Entre elas, está a suspensão do funcionamento presencial de lojas de construção e de eletrônicos, a realização de celebrações religiosas coletivas e de partidas de futebol, a obrigatoriedade de home office para escritórios e o fechamento de órgãos públicos.