A Casa Branca rejeitou um esforço apoiado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, de realizar um referendo na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sobre o futuro da região, distanciado-se da ideia no rescaldo do encontro controverso do presidente dos EUA, Donald Trump, com o líder russo.
O embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, disse que os dois líderes discutiram a possibilidade de um referendo na região oriental separatista da Ucrânia durante a cúpula em Helsinque, na Finlândia.
Mas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional de Trump, Garrett Marquis, disse ontem que os acordos entre a Rússia e o governo ucraniano para resolver o conflito na região de Donetsk não incluem tal opção e qualquer esforço para organizar um referendo “não teria legitimidade”.
A questão veio, após a Casa Branca fazer uma proposta de uma segunda cúpula entre Trump e Putin – em Washington nos próximos meses – que teria como foco a segurança nacional. Moscou sinalizou sua abertura para uma segunda reunião forma entre os dois líderes.
A insatisfação dos EUA com a Rússia vem desde 2014, após a anexação da Crimea, o que já gerou uma série de sanções.
Em novembro de 2013, o então presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych anunciou em comunicado oficial que havia desistido de assinar um acordo de livre-comércio com a União Europeia, preferindo priorizar suas relações com a Rússia. Em seguida, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra a decisão, o que resultou em repressão violenta e dezenas de manifestantes mortos.
Yanukovich deixou a capital do país, Kiev, e foi afastado da presidência pelo Parlamento do país. Na Crimeia, o parlamento local foi tomado por um comando pró-Rússia, que nomeou um novo premiê e aprovou sua independência e posterior anexação à Federação Russa. O governo é considerado ilegítimo pela Ucrânia, que pede às forças internacionais que não o reconheçam.
Em março de 2014, foi realizado o referendo popular na Crimeia que decidiria pela separação da península da Ucrânia e anexação ao território russo, opção que acabou por vencer com mais de 95% dos votos. No entanto, uma pesquisa feita antes da invasão revelou que apenas 42% dos habitantes eram favoráveis ao desmembramento, o que levantou suspeitas na comunidade internacional. Após o referendo, o governo de Moscou anunciou que consideraria a Crimeia como parte de seu território. Fonte: Associated Press