Em 1830, foi instituída a Lei Feijó, o embrião de toda a movimentação que ao longo das décadas seguintes fomentaria a organização e o desenvolvimento do segmento Ferroviário brasileiro.
Criada para fazer a ligação por via férrea da capital federal, que era o Rio de Janeiro, com as outras capitais estaduais do centro oeste, sul e nordeste. A ferrovia passou a ser reconhecida como instrumento concreto do capitalismo e do progresso tecnológico.
O trem seria usado para transporte de carga, como escoamento da produção agrícola da cana de açúcar e do café. Em São Paulo, ao final do ano de 1893 o tramway (trilhos) já estava em operação, saindo da Rua da Cantareira foi expandindo para zona norte. Em dezembro de 1908, o governo foi autorizado a construir a Estrada de Ferro da Cantareira ao bairro Guapira (hoje Jaçanã próxima à divisa das cidades de São Paulo e Conceição de Guarulhos).
O ramal de Guarulhos foi inaugurado em 1912, para transporte da Cerâmica Paulista, fabricada no município e atendia ao mercado da cidade de S.Paulo. Outra fonte de renda do município eram as olarias, que também fornecia os tijolos. Juntamente com o trem, vieram os benefícios que contribuíram muito com o crescimento do município, transportando inclusive a produção de hortifrutigranjeiro direto para o Mercadão de São Paulo.
Havia o Balneário de Vila Galvão, área de lazer onde a população utilizava do trem para usufruir do local para piquenique. Havia lago, salão de bailes. Bem como as famílias que tinham parentes internados no Leprosário Padre Bento, próximo à estação Gopoúva, utilizavam o trem para visitá-los. Havia uma extensão até a Base Aérea de Cumbica, para o transporte dos militares. Sendo apenas duas composições, por dia. Uma pela manhã no horário das 7h00. Com retorno as 17h00.
Em 1942, o Tramway da Cantareira, foi privatizado, sendo adquirido pela Cia. Sorocabana de Estradas de Ferro que imediatamente iniciou os estudos para modificar a bitola das linhas para 1050 milímetros. Também foram efetuados estudos para prolongar a linha de Guarulhos até Bonsucesso e Tomé Gonçalves. Mais tarde se pretendeu levar as linhas até Santa Izabel e até mesmo se estudou eletrificar a linha. O Ramal de Guarulhos esteve em operação até 31/05/1965.
[1] Guia de Turismo, cofundadora da AAPAH – Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico.