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ESPAÇO AAPAH – Caixa Beneficente e Revista do Sanatório Padre Bento

A arrecadação da Caixa Beneficente, fundada em 1931, era grande, vide a quantidade de obras que financiaram dentro do Padre Bento. A área esportiva foi totalmente construída pela Caixa Beneficente, inclusive o campo de futebol com medidas oficiais, dentre outras várias obras.
O dinheiro vinha de donativos e da venda da Revista Padre Bento, organizada e vendida pela Caixa Beneficente de dezembro de 1932 a 1944, havendo um intervalo de de 1933 a novembro de 1936, talvez por problemas de direção.
 
Apesar da liberdade cerceada e de serem o mote da revista, os internos também tinham que arcar com um valor, mesmo que menor, para poder adquirir a revista. Além das assinaturas anuais, a revista também era comercializada de maneira avulsa, por 1$000 (mil réis) cada número, o que demonstra que a intenção dos assinantes era a de contribuir, já que, dada a periodicidade da revista, que variava de 2 a 3 meses, sairia mais barato adquirir os números individualmente do que fazer uma assinatura anual.
 
A Revista Padre Bento era uma grande vitrine das atividades realizadas dentro do sanatório. Havia na publicação notícias dos eventos, das visitas recebidas, das festas, dos jogos realizados, das melhorias estruturais, além de textos com os avanços nas pesquisas médicas e dos agradecimentos aos que contribuíam com a Caixa Beneficente, fazendo dela uma grande propaganda interna e externa. Internamente, no sanatório, servia como convencimento dos pacientes de que estavam sendo tratados dentro do que havia de mais moderno e humano no mundo, além de exaltar a estrutura e o convívio, passava a sensação de normalidade, tentando assim evitar rebeliões ou fugas. Externamente, servia para que os doadores de dinheiro ou bens materiais acompanhassem o bom uso feito de suas doações, acalentando sua consciência e estimulando novas doações.
 
Nesse sentido, trazia, inclusive, publicações para se autopromover, além de exaltar os médicos sanitaristas, a direção do sanatório e até mesmo o Estado de São Paulo.
 
  Mestrando em História, coautor do livro “Signo e Significados em Guarulhos: identidade, urbanização e exclusão"

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