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ESPAÇO AAPAH – O bonde da alegria de Santos e o bonde da tristeza de Guarulhos

Em visita técnica ao município de Santos, com alunos de turismo da Faculdade Anhanguera de Guarulhos, pudemos fazer o passeio do Bonde Turístico. Desativado em 1971 o Bonde (inicialmente puxado por animais e depois elétrico) foi o meio de transporte da população pelas ruas e porto da cidade.
 
Com a ideia de retomar o desenvolvimento socioeconômico da região a prefeitura de Santos lançou o programa Alegra Santos. Trata-se de um programa de revitalização da região central histórica de Santos. Transformado em Lei Complementar o programa confere uma série de ações como incentivos fiscais, isenção de impostos (IPTU e ISS), patrocínios a quem se dispor a investir em imóveis históricos instalados ali no Centro.
 
O programa também revitalizou e trouxe de volta a circulação do Bonde, agora com uso turístico. Inaugurado por Beto Mansur, prefeito a época, o bonde virou o produto principal deste processo de revitalização do Centro. A lei de tombamento, com mais de dez anos de vigência, só veio a trazer resultados agora com a intensidade da atividade turística.
 
Novos imóveis foram reformados; novelas, filmes e comerciais utilizam cada vez mais os cenários preservados da cidade de Santos. O Bonde durante o carnaval vira bloco de rua: o Carnabonde, em torno dele na Estação foi criado um café e antigos operários aposentados trabalham como “Vovô sabe tudo”, programa em que moradores com mais de 60 anos possam compartilhar suas experiências com crianças e adolescentes. De tão importante este projeto, criaram na cidade uma data comemorativa: o “Dia do Bonde”.
 
Mesmo com todos os esforços ainda há muitos desafios para ser enfrentados no processo de revitalização a valorização da cidade, mas a partir do programa vários outros investimentos surgiram como o Museu do Café, o Museu Pelé e inúmeros empreendimentos comerciais. Ainda falta muito, mas Santos demonstra na prática como caminhar por uma política e ação em prol da preservação de sua história e prosperidade econômica.
 
Ótima sugestão, exemplo de prática e provocação para nossa Dona Joaninha, a locomotiva da Praça IV Centenário, nosso “Bonde” da discórdia e tristeza. 
 
Danilo Duarte Ramalho é professor de Turismo e membro colaborador da AAPAH.
 

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