Nos últimos anos as ciclovias vêm ganhando força na região Metropolitana de São Paulo, o número de ciclistas cresce a cada dia, é visível nas ruas do centro às periferias. Muitos usam a bicicleta para lazer, como meio de locomoção para chegar ao trabalho ou para a prática esportiva.
A cidade de São Paulo ganhou muitas ciclovias no governo do Fernando Haddad, a iniciativa gerou muitas críticas, pois seus oposicionistas diziam que não houve o planejamento adequado. Na cidade de Santo André foi construída ciclovia para ligar alguns bairros com a estação de trem, a bicicleta vira uma opção econômica e sustentável de transporte, já que na estação da CPTM tem local para guardar as bikes.
Em Guarulhos, temos uma ciclovia no CECAP e ciclofaixa dominical na avenida Paulo Faccini, mas não há um plano para aumentar o número de vias seguras para ciclistas. Nas ruas ainda existe a falta de respeito, alguns motoristas desconhecem o artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro, que diz “nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores”.
Há bons exemplos práticos, as bicicletas convivem bem no trânsito confuso e cheio de buzinas de Buenos Aires, no bairro de Once (zona de comércio popular muito parecido com o Brás), há via para ciclistas em frente às lojas. Na avenida Brigadeiro Faria Lima já há congestionamentos de ciclistas, basta passar por lá para ver. Em Santo André, a ciclovia te leva para o Estádio Municipal, estação de trem, parques e comércios.
Quando se projetou o corredor de ônibus, que liga o bairro do Taboão á Vila Galvão pelo anel viário, se falou em construir uma ciclovia pelo percurso, algo que seria interessante, já que circulam um grande número de ciclistas pela via mesmo sem muita segurança e respeito dos motoristas.
A ideia de ciclovia pelo anel viário seria importante para chegar a locais como o Adamastor, o Poupatempo, comércios e universidades. Também seria uma opção de ligação de transporte com os ônibus.
Pensar em desenvolvimento urbano é dialogar com os vários personagens de uma cidade, é repensar a locomoção com segurança, meios de transporte sustentáveis e segurança no trânsito. Por enquanto, ainda não temos a cidade ideal, mas devemos respeitar as leis existentes. Motoristas, quando houver ciclistas na via, respeite um metro e meio de distância lateral e não adianta buzinar, a via também foi feita para a bicicleta e a lei está no código de trânsito.
Jornalista, responsável pela assessoria de comunicação da AAPAH, coautor dos livros “Guia Histórico Cultural de Logradouros – Lugares e Memórias de Guarulhos” e “Signos e Significados em Guarulhos: Identidade – Urbanização – Exclusão”.