No último Espaço AAPAH de 2015, trouxemos uma poesia que fala sobre lugares e costumes da nossa cidade. Aos nossos parceiros e leitores desejamos um Feliz 2016!
Guarulhos
Por Diogo Leite de Carvalho
Quem bebe dessa água não consegue sair
Quem nasceu ou escolheu para viver aqui
Tem orgulho e história para contar
Quem se lembra do trem?
Quem se lembra da jardineira?
Quem se lembra do Cine Jade?
E do Cine São Francisco?
E o Cine Star?
Quem jogou boliche no Shopping Poli?
Quem andou de ônibus que era chamado de poeirinha?
Hoje Guarulhos está diferente, às vezes tentam apagar nosso passado
Com máquinas e torres enormes, com cinemas nos shoppings
Tentam de qualquer jeito apagar a história das pessoas que ajudaram
Guarulhos crescer
Pintaram o chão com tinta preta, expulsaram os índios
Acabaram com os campos de futebol, querem que Guarulhos
vire uma selva de pedra, um lugar sem história
Mas a cada passeio pela cidade vem uma lembrança
Ando pela Sete de Setembro e lembro-me de um museu que tinha ali
Vou ao Lago dos Patos e lembro-me das tardes que eu andava nos pedalinhos
e corria no parquinho
Guarulhos é uma cidade que nos prende e faz qualquer um defender os patrimônios
Cada bairro é como se fosse a extensão do seu quintal.
[1] Poeta, estudante de História, autor dos livros “Gritos Poéticos” e “Mini Contos”.