A Espanha disse que vai usar “toda a força da lei” para bloquear um referendo sobre a independência da Catalunha, incluindo a suspensão da autoridade do governo regional se necessário.
O alerta do ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo, foi um dos mais fortes emitidos pelo governo de Madri contra a proposta de votação no dia 9 de novembro na rica região industrial. O anúncio foi feito enquanto os líderes catalães debatiam um plano alternativo, no caso de a votação ser proibida. A opção seria realizar uma eleição antecipada para o parlamento regional que poderia testar o apoio dos partidos políticos pró-independência.
García-Margallo afirmou que a Catalunha não pode tomar uma decisão unilateralmente que afetaria o país como um todo. “Todo e qualquer espanhol é dono de todo e qualquer centímetro quadrado do país”, declarou.
O ministro falou dois dias antes do referendo de independência na Escócia, cuja força da campanha pró-independência está encorajando separatistas na Catalunha e incomodando o governo espanhol. Pesquisas indicam que a disputa escocesa está apertada, levando o governo em Londres a oferecer aos separatistas concessões que permitam mais poder nas decisões.
Para García-Margallo, um voto de independência na Escócia seria péssimo e “um precedente para balcanização, o que vai contra o processo de união”. Ele acrescentou que “honestamente, penso que (a independência) é ruim para a Escócia, para o Reino Unido e para a União Europeia”.
Em discurso no parlamento da Catalunha, o presidente regional Artur Mas disse não estar abalado com o comentário do ministro. “Eles não devem pensar que com isso vão parar o curso da história”, declarou.
Um porta-voz da coalizão de Convergência e União de Mas questionou retoricamente se Madri estava pronta para processar 1,8 milhão de catalães, em referência ao número estimado de pessoas favoráveis ao referendo que participaram de uma manifestação em Barcelona na última quinta-feira. Fonte: Dow Jones Newswires.