Terminar as temporadas nacionais na Europa terá precedência sobre a conclusão da Liga dos Campeões. A informação é do presidente da liga espanhola, Javier Tebas, que revelou a discussão de várias opções entre as ligas nacionais e a Uefa, incluindo a retomada das competições continentais após os torneios de cada país terem sido definidos.
"Você trabalha em dois tipos de calendários. Um em que competições nacionais e europeias estão em paralelo, que começa em 6 de junho, e outro que passa por blocos, nos quais as competições nacionais terminam primeiro, em junho e julho, e depois os europeus em julho ou agosto, dependendo do final", disse Tebas durante uma teleconferência com a imprensa internacional.
O dirigente salientou que a liga espanhola mantém consultas, quase diariamente, com outras ligas nacionais para avaliar o impacto da pandemia de coronavírus no futebol. Ele disse que ainda há tempo para tomar uma decisão sobre quando serão retomadas as atividades em cada país. Ele alertou que os torneios podem ser retomados o mais rápido possível, mesmo antes de maio, em alguns casos.
Tebas indicou que os cenários serão objeto de estudo nas próximas semanas, tendo em conta o avanço da pandemia. "São cenários que me dão a garantia de que ambas as competições vão terminar", disse Tebas. Ele ressaltou que a Uefa fez um "esforço considerável" para alcançar acordos sobre suas competições, "mais do que as ligas nacionais".
O dirigente praticamente garantiu que o futebol espanhol será retomado sem público nos estádios. "Não haverá torcedores nos estádios até que as autoridades sanitárias liberem", disse. "Não sei dizer se será com pessoas ou sem pessoas, mas vamos terminar as competições com certeza".
Tebas explicou que as perdas em caso de não conclusão da temporada atingiriam 1 bilhão de euros (aproximadamente R$ 5,69 bilhões) na Espanha. As perdas seriam de 300 milhões de euros (R$ 1,708 bilhão) caso seja retomada sem público e de 150 milhões de euros (R$ 854 milhões) com a presença dos torcedores.
Quase metade das perdas totais devem ser absorvidas pelos jogadores, embora Tebas tenha declarado ser impossível chegar a um acordo com eles sobre os cortes salariais para mitigar o impacto financeiro da crise. "Estamos em um momento de crise excepcional, imprevisível e enorme impacto. Todo mundo perde dinheiro, parece-me normal que jogadores também. Na Espanha, não chegamos a um acordo com o sindicato, nossa negociação encalhou", disse Tebas.