Moradores das regiões do País Basco e da Galiza, na Espanha, votaram nas eleições parlamentares regionais realizadas neste domingo. No entanto, as chances são baixas de que os pleitos resolvam o impasse político no país que já dura nove meses, e que pode resultar em uma terceira rodada de eleições nacionais no período de um ano.
O conservador Partido Popular, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, está a frente de um governo interino após duas eleições que aconteceram em dezembro de 2015 e junho deste ano. O partido conquistou o maior número de cadeiras no parlamento em ambos os pleitos, mas não o suficiente para a formação de um governo definitivo.
O partido de Rajoy espera uma demonstração de força na Galiza, sua região de origem, e a possibilidade de um acordo pós-eleitoral com o Partido Nacionalista Basco pode reforçar sua posição no Parlamento.
Um mau resultado para os socialistas nas duas eleições regionais poderia levar a uma mudança na posição atual do partido, com a permissão para que o primeiro-ministro forme um governo sem ter a maioria absoluta no Parlamento. Mas os analistas não estão otimistas em relação ao fim da briga política após os pleitos. “É difícil imaginar que as eleições galega e basca vão mudar a situação nacional”, disse o professor Manuel Martin Algarra, da Universidade Navarra.
O Partido Nacionalista Basco é mais propensos a buscar o apoio de partido socialista de oposição da Espanha, do que do conservador Partido Popular, disse Marin Algarra.
Para ele, eventuais resultados ruins para os socialistas nestes pleitos, depois que o partido registrou seu pior desempenho da história na eleição nacional de junho, conquistando 85 lugares no Parlamento, pode pressionar o grupo a se abster em uma futura votação e permitir que Rajoy forme um governo minoritário.
Além das alas conservadoras e socialistas mais tradicionais na Espanha, o partido Ciudadanos, com visão mais favorável a empresários, e o esquerdista Podemos ganharam força nos últimos anos, ficando com os terceiro e quarto lugares, respectivamente, na composição do Parlamento.
A Espanha nunca teve um governo de coalizão, e os principais partidos resistem à ideia de negociar em um novo contexto político. O Parlamento tem até o dia 31 de outubro para formar um governo definitivo ou terá que convocar uma terceira rodada de eleições nacionais. Fonte: Associated Press