Um juiz de instrução da Espanha convocou a mulher do primeiro-ministro, Begoña Gómez, para depor dentro de uma investigação sobre acusações de que ela se aproveitou de sua posição para influir em acordos de negócios. Ela deve comparecer em 5 de julho para responder a questões.
Gómez ainda não havia falado do caso em público, embora Sánchez tenha qualificado a iniciativa como campanha de desprestígio para prejudicar o governo de coalizão de centro-esquerda, liderado pelo Partido Socialista do premiê.
A investigação se baseia em acusações contra Gómez apresentadas por um grupo chamado Manos Limpias. Embora ele se descreva como um sindicato, sua principal atividade é como plataforma de abertura de processos. Muitos destes têm sido vinculados a causas conservadoras contra políticos de esquerda, e a maioria não prospera. Sánchez disse, após o início do caso em abril, que avaliaria renunciar pelo que qualificou como um "ataque sem precedentes" contra sua mulher. Após cinco dias de silêncio, o premiê disse que havia decidido seguir no posto.
A citação ocorreu antes das eleições para o Parlamento Europeu desta semana, que na Espanha ocorrem no domingo. Os partidos de ultradireita em toda a União Europeia buscam avançar na disputa.
A Manos Limpias afirmou que suas acusações contra a mulher do premiê se baseiam totalmente em reportagens da imprensa. Caso as matérias publicadas não sejam falsas, o caso deve seguir adiante, acredita o grupo. A promotoria pública espanhola recomendou o arquivamento do caso, mas um tribunal provincial concluiu que um juiz de instrução de uma corte menor poderia seguir com a investigação. Esse magistrado pode arquivar o caso ou recomendar o julgamento.