O discurso do presidente Jair Bolsonaro na convenção nacional do PL, que o oficializou como candidato à reeleição, com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), não foi o único ponto que gerou debate nas redes sociais na tarde de domingo, 24. A discussão sobre a lotação do evento dividiu opiniões e ficou entre os assuntos mais comentados nas redes após o ato do presidente no Maracanãzinho, na zona norte do Rio.
De um lado, críticos e opositores do presidente afirmaram que a convenção "flopou", em postagens com imagens de setores do ginásio sem a capacidade máxima preenchida. Do outro, apoiadores defendiam que a lotação foi atingida durante o discurso do presidente.
O PL estima que 12 mil pessoas, incluindo a equipe do partido e a imprensa, comparecerem ao evento. A expectativa divulgada ao longo da semana era de 10 mil pessoas.
"Flopou a convenção do charlatão do povo no Maracanãzinho, mesmo sendo entrada gratuita", escreveu um crítico do presidente.
Já os defensores do presidente rebateram e compartilharam os números de comparecimento divulgados pelo PL. "A Esquerda mentirosa dizendo que o evento do Presidente flopou. A convenção nacional do PL, no Rio de Janeiro, que consolidou a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro à presidência da República, reuniu 12 mil pessoas no Maracanãzinho", escreveu um apoiador.
O tema também foi alvo de discussão entre políticos com mandato aliados e críticos ao presidente. O deputado federal Paulo Guedes (PT) escreveu: "A convenção do mito flopou".
Já o vereador do Rio, Gabriel Monteiro (PL), aliado do presidente, criticou uma postagem que mostrava uma foto com o ginásio vazio com a afirmação de que o evento não estava cheio.
"Todos nós sabemos que essa foto foi tirada antes do presidenciável chegar. Não há ilegalidade nenhuma vocês discordarem dele. É válido. Mas levar seu público ao erro não é legal. Se o candidato que vocês escolheram é tão bom assim, não é preciso mentir no Twitter pra convencer", escreveu.
Os portões do ginásio foram abertos às 8h22. Logo às 8h, apoiadores já faziam filas nas entradas do Maracanãzinho. Imagens que circulam nas redes mostram setores atrás do palco vazios. O espaço, no entanto, não foi aberto ao público, por ficar em um "ponto cego" da convenção.
Com um esquema de segurança reforçado, com passagem em detectores de metais e revistas pessoais, a entrada de parte do público no Maracanãzinho foi retardada. A capacidade máxima do local foi atingida logo após a entrada do presidente e o início de seu discurso, marcado para ter início às 11h22. Parte do público que não pôde ficar nas cadeiras da arquibancada foi deslocada para a frente do palco, em um espaço reservado para convidados e autoridades.
O partido de Bolsonaro chegou a cancelar cerca de 40 mil das 50 mil inscrições recebidas por meio de uma plataforma online para a convenção. Inicialmente, o PL organizou a retirada de ingressos em um site.
Após ser alvo de boicote de opositores, que decidiram retirar os ingressos para esgotar as entradas disponíveis, o partido decidiu cancelar as inscrições e autorizar a entrada sem ingresso no evento, até o limite da capacidade do ginásio.