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ESPECIAL – Os Vencedores do Oscar 2016

Em seu luxuoso 88º aniversário, a “Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood” homenageou o elogiado “Spotlight – Segredos Revelados” com os Oscars de “Melhor Filme do Ano” e “Melhor Roteiro Original”, escrito em parceria por Josh Singer e o diretor Tom McCarthy. Apesar de seu polêmico tema, a difícil (e real) investigação jornalística sobre pedofilia na Igreja Católica, “Spotlight” derrotou o favorito “O Regresso”, do mexicano Alejandro González Iñárritu, o qual recebeu seu segundo Oscar consecutivo de “Melhor Direção”, sendo que também foi consagrado nesta categoria pelo precursor “Birdman”, Oscar de “Melhor Filme” do ano passado. Na verdade, este é o terceiro Oscar seguido de “Melhor Direção” outorgado para um diretor mexicano, pois Alfonso Cuarón, responsável pela ficção científica “Gravidade”, foi laureado em 2014.
 
Outro mexicano, o inovador Emmanuel Lubezki, conquistou sua terceira estatueta dourada consecutiva de “Melhor Fotografia”, também por “O Regresso”, filme este que rendeu o tão esperado Oscar de “Melhor Ator” para o seu protagonista, o astro Leonardo DiCaprio que, finalmente reconhecido pela “Academia” e ovacionado pela plateia, certamente tornou-se uma das grandes sensações da cerimônia deste ano com o seu emocionado discurso e apelo pró-ecologia.  
 
Confirmando todas as expectativas, Brie Larson foi honrada com o Oscar de “Melhor Atriz” deste ano por seu comovente desempenho de uma mulher sequestrada por sete anos em “O Quarto de Jack” e que, no cativeiro, dá à luz, cria e protege seu filho.
 
Derrotando o astro Sylvester Stallone, que era o “favorito sentimental” da noite, o consagrado ator teatral Mark Rylance recebeu um merecido (e muito disputado) Oscar de “Melhor Ator Coadjuvante”, personificando o espião soviético “Rudolf Abel” no empolgante “Ponte dos Espiões”, thriller dirigido pelo outrora vencedor Steven Spielberg e estrelado pelo veterano Tom Hanks.
 
A talentosa Alicia Vikander foi escolhida a “Melhor Atriz Coadjuvante” pelo sensível drama “A Garota Dinamarquesa”, em que impecavelmente interpreta a esposa do pintor que, travestido como “Lili Elbe”, foi um dos pioneiros nas cirurgias de mudança de sexo. Vista em diversos filmes no ano passado, a sueca Alicia Vikander também estrela a ficção científica “Ex Machina – Instinto Artificial”, grata surpresa no Oscar de “Melhores Efeitos Visuais”, derrotando os favoritos blockbusters “Star Wars – O Despertar da Força” e “Mad Max – Estrada da Fúria”.
 
Indicada em dez categorias, inclusive “Melhor Filme” e “Melhor Direção” para George Miller, a superprodução “Mad Max – Estrada da Fúria” foi, contudo, a grande vencedora da noite, eliminando a concorrência e faturando nada menos que seis Oscars técnicos: “Figurino”, “Montagem”, “Direção de Arte”, “Maquiagem”, “Som” e “Mixagem Sonora”.
 
Focando a eclosão da bolha imobiliária americana que resvalou em todo o planeta, a comédia de “humor negro” “A Grande Aposta” ficou com o merecido prêmio (anunciado por um dos atores do filme, Ryan Gosling) de “Melhor Roteiro Adaptado”, dividido entre Charles Randolph e o diretor / roteirista Adam McKay.
 
Favorito absoluto em sua categoria, o denso “O Filho de Saul”, do diretor László Nemes, confirmou as expectativas e conferiu à Hungria o Oscar de “Melhor Filme Estrangeiro” deste ano, enquanto que “Amy”, de Asif Kapadia (diretor do documentário “Senna”, de 2010) e James Gay-Rees, sobre a polêmica (e singular) cantora Amy Winehouse, conquistou o disputadíssimo Oscar de “Melhor Documentário”.
 
O Oscar de “Melhor Animação”, como já era esperado, ficou com o brilhante “Divertida Mente”, de Pete Docter (um dos mais empolgantes discursos da noite) e Jonas Rivera, derrotando, entre outros, o brasileiro “O Menino e o Mundo”, do diretor (e mentor) Alê Abreu, que se declarou orgulhosamente vitorioso “por estar no Oscar representando o Cinema do Brasil”. Já a categoria “Curta Metragem de Animação” honrou o chileno “A História de Um Urso”, proporcionando aos seus responsáveis os primeiros Oscars conferidos ao Chile.
 
Após cinco indicações (os filmes “Cinzas no Paraíso”, “A Missão”, “Os Intocáveis”, “Bugsy” e “Malena”) e receber um “Oscar Honorário” em 2007, o renomado e genial maestro italiano Ennio Morricone, aos 87 anos, finalmente foi o vencedor na categoria “Melhor Trilha Musical”, pelo western “Os Oito Odiados”, do diretor Quentin Tarantino. Com a melódica “Writing’s on the Wall”, do filme “007 Contra Spectre”, o cantor Sam Smith (em parceria com o compositor Jimmy Napes) suplantou a favorita Lady Gaga e conquistou o inesperado Oscar de “Melhor Canção”, clamando por igualdade e contra a homofobia.
 
Mesmo derrotada, Lady Gaga consagrou-se e foi esfuziantemente aplaudida por sua tocante “Til Happens to You”, composta para o documentário “The Hunting Ground”, que denuncia casos de agressões e abusos sexuais nas universidades americanas. Militante nesta causa, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden foi o honorário apresentador da impactante performance da diva pop.
 
Corajosamente zombando (entre outros, do astro Will Smith) dos incessantes protestos contra a “Academia” pela não indicação de artistas negros nas principais categorias, o fantástico comediante Chris Rock, com suas piadas sobre política e racismo, destacou-se como mestre de uma das mais dinâmicas cerimônias dos últimos anos. Entre as dezenas de celebridades que se apresentaram no palco do “Dolby Theatre”, de Los Angeles, sobressaiu-se a deslumbrante Cate Blanchett, a belíssima Charlize Theron, a estonteante Sofia Vergara, a hilária Whoopi Goldberg, e o icônico Morgan Freeman, que apresentou o principal prêmio da noite, o Oscar de “Melhor Filme”, cuja expectativa e visibilidade só provam que o espetáculo de entrega do Oscar não apenas se renova e se reafirma, mas também continua sendo, apesar das críticas, a festa máxima do Cinema mundial.
 

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