Enquanto ambientalistas e urbanistas temem pelo possível desmatamento, alterações em cursos dágua e falta de planejamento metropolitano, parlamentares ligados ao Governo do Estado garantem que os benefícios compensam os impactos.
Do ponto de vista ambiental, a posição dos especialistas é crítica. E os principais argumentos apontam para o fato de que o Rodoanel não impedirá novas ocupações de áreas em mata nativa, assim como também a falta de um planejamento mais amplo, que englobasse a questão do bem estar e sustentabilidade, e não só a demanda viária.
Geólogo e professor da Universidade de Guarulhos (UNG), Antonio Manoel de Oliveira, participará de uma mesa redonda que debaterá na próxima terça-feira, a partir das 19h30, na instituição, os impactos ambientais da chegada do Trecho Norte do Rodoanel em Guarulhos. Para ele, só a chegada de uma nova obra do sistema viário não justifica os danos ambientais que a população sofrerá. "O planejamento metropolitano precisa levar em conta também aqueles que não possuem carros", opina.
A maior preocupação do geólogo está relacionada ao custo-benefício da obra. "Me preocupo com relação aos benefícios para o bem estar humano que serão eliminados com o Rodoanel. Se de um lado ele pode reduzir o trânsito, por outro vai retirar o conforto térmico da Serra da Cantareira, vai interceptar cursos dágua, entre outros impactos", pontua.
A opinião é compartilhada pelo especialista em planejamento urbano metropolitano e em planejamento ambiental, Renato Tagnin, que participará do evento. "Há uma política de expansão metropolitana que não é corrigida pelo poder público. Da maneira como está sendo pensado, o Rodoanel vai facilitar o acesso a áreas que ainda estão verdes, que produzem água, por exemplo", explica.