Mesmo com mais de 30 anos de carreira e de ter recebido alguns convites para criar obras para companhias brasileiras, somente agora o coreógrafo americano Alonzo King conseguiu tempo para vir ao País. E nesta sexta-feira, 26, ele estreia em São Paulo, em curta temporada, o espetáculo Constellation, de sua companhia Alonzo King Lines Ballet – são apenas três apresentações até domingo, 28, que integram a 11.ª Temporada de Dança do Teatro Alfa.
Constellation nasceu da vontade de o artista Jim Campbell concretizar uma parceria com King. Também americano, Campbell iniciou sua carreira fazendo filmes, mas logo seguiu pelo ramo da escultura eletrônica. Ficou famoso por suas instalações em LED.
O espetáculo, que estreou em outubro de 2012 e já passou por diversos países, aborda a orientação dos corpos à luz. “Tudo é luz”, diz King. “Na verdade, não há novidade para ninguém. Temos a Lua, o Sol, as estrelas. Quando a mente brilha, você vê luz. A mente ocidental tem o hábito de separar tudo em caixas, mas tudo está conectado.”
Segundo o coreógrafo, a intenção de Constellation é ser uma obra plasticamente bonita, sem a pretensão de despertar sentimentos específicos no público. No palco, 14 bailarinos executam passos visivelmente contemporâneos, mas com algumas características da técnica clássica, como o eventual uso da ponta. Os movimentos são, na maior parte das vezes, ágeis, como se os bailarinos fossem flashes de luz.
Atrás do elenco, um painel de LED serve de cenário. Assim, há, também, uma coreografia das luzes: em momentos, algumas delas se apagam, dando a impressão de que pássaros voam diante do painel. A luz também aparece em pequenos globos que são manipulados pelos bailarinos e, assim, incorporados à coreografia.
Se os passos mesclam estilos, a música acompanha a tônica. Em alguns excertos, uma meio-soprano canta no palco, interagindo com os bailarinos. Nos demais momentos, outros ritmos aparecem, com trilha, por exemplo, de forte base percussiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.