Nesta quinta-feira, 2 de dezembro, às 15 horas, o Legislativo Municipal, por meio da Câmara Temática de Pesquisas e Proposições (CTPP) promoveu um encontro com representantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp, para discutir o Projeto de Lei 3.606/2021, do Executivo, que dispõe sobre a concessão de uma área na Ponte Grande, para implantação da Unidade de Recuperação da Qualidade da Água, com investimentos iniciais de R$68 milhões. O evento teve transmissão ao vivo, pela TV Câmara, com a participação da população pelas redes sociais (Facebook e YouTube). As perguntas da comunidade foram respondidas em tempo real.
A principal resistência da população é em relação à desativação do Estádio da Ponte Grande. Entretanto, durante a apresentação do projeto, os técnicos da Sabesp asseguraram que o local do estádio não será afetado. Os atletas que praticam as modalidades esportivas de alto rendimento continuarão a treinar no mesmo espaço; apenas o campo de futebol será transferido para outro local, nas proximidades do Estádio.
A Sabesp, terceira referência mundial em saneamento, assumiu o compromisso de implantar uma cerca verde em volta de todo o equipamento, para isolar completamente o local. “Nossa missão não é criar problemas, mas apresentar soluções”, garantiu o gerente de departamento da UGR Guarulhos, Valdemir Viana de Freitas.
Segundo Freitas, a estação será seis vezes menor que as tradicionais, construída em aço inoxidável, pré-moldada na indústria, com alta tecnologia, garantindo zero por cento de impacto no trânsito e nas residências do entorno, muito diferente da construção de um edifício, por exemplo.
“A escolha da localização não é política, mas técnica”, afirmou Freitas. “Todo o esgoto da região central converge exatamente para o canal de circunvalação da Ponte Grande.” O técnico explicou que a tentativa de fazer a mesma intervenção no Centro de Guarulhos geraria um caos viário, que afetaria a população de todo o município, sem alcançar os mesmos índices de tratamento.
Outros terrenos foram estudados, mas o Ministério Público não autorizou a instalação do equipamento, por causa de demandas do Parque Ecológico do Tietê. Questionado sobre a desvalorização dos imóveis em função das obras, o técnico garantiu que os impactos serão positivos, pois o equipamento terá baixo ruído e haverá neutralização dos odores.
De acordo com o analista de gestão da UGR Guarulhos, Samuel Camargo Neto, as estações de tratamento de esgoto de Guarulhos, subutilizadas até 2018, passaram a operar com eficiência, após a instalação de troncos coletores; a taxa de tratamento, em um ano e meio, teve um aumento exponencial, de 2% para 20%. As obras da nova estação de tratamento na Ponte Grande devem aumentar em 30% esse percentual.
A iniciativa de Guarulhos não é isolada; municípios de todo o Brasil devem se adequar às exigências do novo marco legal de universalização do saneamento até 2033, sob pena de sofrerem restrições fiscais. A apresentação do projeto de implantação da estação de tratamento está disponível, na íntegra, no link.