Desde a manhã desta segunda-feira, 23, os veículos que trafegam pelos 33 quilômetros da Rodovia Doutor Carlos Botelho (SP-250), entre Sete Barras e São Miguel Arcanjo, no sudoeste paulista, têm de seguir regras que não se aplicam a outras estradas. A velocidade máxima varia de 20 km/h a 40 km/h e, se um animal entrar a pista, o motorista é obrigado a parar.
“As pessoas virão conhecer as belezas da Mata Atlântica nessa que é também uma ligação importante do litoral sul de São Paulo e do Vale do Ribeira com a região de Sorocaba”, disse o governador durante o evento.
Alckmin lembrou que foi preciso criar uma lei especial para o calçamento da estrada, pois ela corta o Parque Estadual Carlos Botelho, unidade de conservação com 37,6 mil hectares de Mata Atlântica e abrigo de espécies ameaçadas, como o mono-carvoeiro e a onça pintada.
O calçamento com bloquetes foi concebido para gerar um ruído no atrito com os pneus dos veículos, alertando os animais. Foram instaladas 16 passagens aéreas – uma espécie de passarela ligando a copa das árvores -, e 12 passagens subterrâneas, com o aproveitamento de pontes para o trânsito dos bichos.
A velocidade, de até 40 km/h nas retas e 20 km/h nas curvas da Serra das Macacas, será controlada por radares que ainda não foram instalados. Há mirantes para a observação da mata e de aves. Um ambulatório veterinário foi montado para atender animais feridos.
O governo estadual investiu R$ 54,7 milhões na obra. A passagem dos veículos é controlada nos portais existentes nos dois extremos da estrada. Na entrada, os veículos são obrigados a parar e recebem uma ficha de controle, devolvida na saída. Já o tráfego de caminhões é restrito a nove toneladas.
O controle visa a evitar o furto de palmito ou espécies nativas e eventual tráfico de animais silvestres. Em caso de suspeita, os veículos serão revistados.